Abril é o mês de conscientização sobre o transtorno do espectro autista (TEA), é um dos estudos que está tendo grande repercussão é sobre a questão da depressão que atinge cuidadores e familiares. A depressão se manifesta de várias formas e tem como base o desgaste e o estresse. Estudos revelam que o risco de depressão entre as cuidadoras é 70% maior do que na população em geral, com uma tentativa de suicídio 40% maior. A rotina associada ao cuidado de uma criança autista é intensa em vários níveis. Terapias variadas, preocupações, isolamento etc., acabam gerando um acúmulo de estresse.
Recorrer a um apoio psicológico é fundamental. O profissional tem foco na criança com autismo faz a integração com a família e a escola para que esses ambientes também contribuam com o tratamento. Porém, um suporte para os pais como a psicoterapia também ajuda a lidar com os próprios dilemas.
Segundo a psicóloga e terapeuta Solange Gomes, que atua na área a mais de 25 anos ressalta que a depressão surge como resultado do estresse e do desgaste físico, mental ou emocional, bem como outras doenças de colapso pessoal, como as doenças autoimunes, que afetam principalmente as mulheres. “Nunca atendi um deprimido que não fosse alguém forte, responsável, um pilar da família. São pessoas que se preocupam com os outros e sentem culpa quando não conseguem atender às expectativas. Estes são os que mais se deprimem. Narcisistas e pessoas com traço de psicopatia não costumam sofrer de depressão”.
Quem cuida de pessoas com TEA sofre um impacto mental tão significativo quanto o de um soldado de guerra. Foi o que apontou um estudo publicado em 2010 no Journal of Autism and Developmental Disorders, feito com mães de adolescentes e adultos com o transtorno.
Nos últimos anos, houve um aumento significativo de diagnósticos de autismo. Não é que o número de pessoas com transtorno do espectro autista tenha aumentado, mas sim a nossa capacidade de percebê-lo. No fim dos anos 1980, uma a cada 500 crianças era diagnosticada com autismo. Hoje, essa taxa é de uma a cada 33. Em geral, é a mãe que percebe os primeiros sinais, busca ajuda, se ocupa e se preocupa com a criança.
Neste mês de abril, devemos olhar com carinho para as crianças que precisam de cuidado, mas também precisamos cuidar de quem cuida. Que o mês de abril seja o mês de conscientização do autismo e, também, o mês do “conte comigo”. Este é o grande antídoto para o colapso da exaustão que gera depressão, síndrome do pânico e outros transtornos.
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