Surpreendentemente, muitas vezes pessoas que se importam profundamente com os outros, compromissadas e com dedicação inerentes, embora admiráveis, tornam-se mais vulneráveis aos efeitos debilitantes do “burnout”, também conhecido como síndrome do esgotamento profissional.
No mundo acelerado de hoje, o burnout emergiu como uma preocupação significativa, impactando indivíduos em várias profissões e áreas da vida. Frequentemente referido como ‘queimar até o fim’, o burnout não é apenas sobre se sentir cansado; representa uma complexa interação de perda de interesse e envolvimento, desgaste e profundo esgotamento.
No entanto, o burnout afeta mais as mulheres do que os homens devido a uma combinação de fatores relacionados às expectativas sociais, dinâmicas de trabalho e papéis de cuidado. Elas frequentemente enfrentam maior pressão social para conciliar múltiplos papéis, incluindo responsabilidades profissionais, deveres de cuidado e tarefas domésticas. Essas expectativas podem levar ao estresse crônico e exaustão. Além disso, ainda há, em muitos locais de trabalho, onde as mulheres encontram preconceito de gênero, salários desiguais e oportunidades limitadas de ascensão. Esses desafios, somados à pressão para se destacarem em suas carreiras, contribuem para o aumento do estresse e burnout.
A psicóloga e terapeuta, Dra.Karina Chernacov, especializada no tratamento de pessoas vítimas de trauma, é mediadora familiar da suprema corte na Flórida, ressalta que em consequência das mulheres serem as principais cuidadoras de filhos, pais idosos ou outros membros da família, ao equilibrar essas responsabilidades de cuidado com o trabalho acaba levando à exaustão emocional e física. Psicologicamente, as mulheres podem internalizar o estresse de maneira diferente dos homens, levando a períodos prolongados de tensão emocional. Além disso, normas sociais podem desencorajar as mulheres a buscar ajuda ou priorizar o autocuidado, exacerbando os efeitos do burnout.
Os sintomas do Burnout, normalmente surgem de forma leve. Cansaço mental e físico excessivo, alterações no apetite, insônia, sentimentos de derrota e desesperança, isolamento, perda de desejo de ajudar os outros (fenômeno conhecido como ‘despersonalização’, onde sentem-se desconectados de seu trabalho e daqueles a quem servem) e como consequência enfrentam um declínio notável na eficiência, exacerbando ainda mais os sentimentos de frustração e inadequação.
No entanto, entender o burnout não é simples. Ao contrário de muitos outros distúrbios de saúde mental, como depressão, ansiedade ou TDAH, o burnout carece de uma classificação estruturada. Mas essa estruturação e categorização não existem, embora reconhecido clinicamente, não é categorizado como um distúrbio de saúde mental em si. Ele serve como um lembrete contundente de que o bem-estar dos indivíduos está profundamente entrelaçado com suas vidas profissionais, exigindo uma abordagem holística para abordar o problema.
Em conclusão, o burnout é um fenômeno que exige toda atenção e compreensão, acrescenta Dra.Karina Chernocov. Ao reconhecer suas complexidades e os desafios únicos que apresenta, podemos abrir caminho para intervenções e sistemas de suporte mais eficazes. Ao buscarmos criar ambientes de trabalho mais saudáveis, é crucial priorizar o bem-estar mental, garantindo que os indivíduos possam prosperar tanto profissionalmente quanto pessoalmente.
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