O Bitcoin, com sua oferta limitada a 21 milhões de unidades, tem como característica central a escassez programada. Esse fator, combinado com a crescente demanda institucional, vem criando um cenário que promete influenciar o preço da maior criptomoeda nos próximos anos. A cada quatro anos, ocorre o halving – evento que reduz pela metade a recompensa dos mineradores e a quantidade de Bitcoins gerados diariamente. Além disso, a entrada massiva de ETFs no mercado pode intensificar a escassez da moeda.
O último halving do Bitcoin ocorreu em abril de 2024, reduzindo a recompensa por bloco de 6,25 BTC para 3,125 BTC. Esse evento é visto como um divisor de águas para a escassez do ativo, já que o ritmo de novas moedas emitidas no mercado cai significativamente. Antes do halving, eram minerados cerca de 900 BTC por dia, porém, desde o último halving, essa quantidade foi reduzida para 450 BTC por dia – ou seja, a metade, diminuindo ainda mais a oferta de novos Bitcoins disponíveis para venda.
Nos últimos anos, os ETFs de Bitcoin ganharam força como uma das principais fontes de demanda institucional por criptomoedas. Desde a aprovação dos primeiros ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos em 2021, grandes quantidades de BTC foram compradas por esses fundos. De lá pra cá, a demanda por Bitcoin através dos ETFs só vem aumentando.
Em contrapartida, com uma recompensa reduzida, os mineradores de Bitcoin, que antes eram responsáveis por despejar uma grande quantidade de BTC no mercado, agora estão segurando mais suas reservas. A estratégia adotada por muitos mineradores tem sido acumular mais Bitcoins, apostando em uma (certa) valorização futura.
Tal movimento do Bitcoin se assemelha ao mesmo tempo que se diferencia do índice S&P 500. A dinâmica distinta entre o mercado criptográfico e o mercado tradicional de ação é uma ferramenta estratégica que ajuda a comparar a pujança dos ativos, bem como o mercado está se comportando em diferentes períodos.
Em 2023, o Bitcoin registrou uma alta de 156%, recuperando-se após um “cripto inverno” de 2022, quando o ativo caiu 65%. A principal razão para essa recuperação foi o otimismo em torno do lançamento de ETFs de BTC, além da expectativa de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos. Neste ano, ainda, o dólar caiu 8%. Para efeito de comparação de investimento, no ano passado, a poupança rendeu modestos 8% e o CDB 12,5%, em média.
O mercado de renda variável sofre turbulências negativas e positivas. Devido a globalização, eventos que acontecem ao redor do mundo, como a guerra Irã x Israel, afetam commodities como o petróleo e, consequentemente, interferem no mercado de ações. Os reflexos se estendem também ao mercado cripto. O receio dos investidores, quando há intercorrências que afetam diretamente a economia, fazem com que eles migrem para ativos mais seguros, o que pode causar queda em ativos de maior risco.
Por outro lado, a disputa das eleições nos Estados Unidos tem soado bem para o mercado de criptomoedas, com declarações favoráveis tanto por Kamala Harris quanto por Donald Trump. O apoio do governo em estimular o “ouro digital”, cada qual com suas propostas têm gerado otimismo no mercado cripto, que consequentemente acaba agregando valor e busca por esse tipo de ativo.
Especulações à parte, para tentar saber sobre o futuro do Bitcoin é preciso primeiramente compreender o passado dele, para, assim, agir corretamente no presente. Para atuar no mercado de renda variável é preciso, antes de mais nada, de sangue frio. Não importa necessariamente o valor que o Bitcoin chegará, mas sim a maneira correta de se operar, sabendo a hora certa de entrar e o momento certo de sair.
Costumo dizer coisas simples, mas que são raízes para quem está começando nesse mercado. Domine suas emoções. A maioria dos traders compra o ativo no topo e vende no fundo – e é exatamente o contrário. A insegurança, de vender quando o ativo cai, e a ganância, de comprar quando o ativo está valorizado, podem causar decepções. Nesse sentido, precisamos dominar com 10% de técnica, e 90% de controle emocional para obter resultados positivos nesse mercado.
A semente do Bitcoin foi lançada em 2008 por Satoshi Nakamoto. Ele criou o halving, que, ao se comparar com uma árvore frutífera, a cada quatro anos é programada para reduzir pela metade a quantidade de frutos. Eles ficam escassos, porém, mais valorizados. O Bitcoin é uma árvore que, como qualquer árvore, o criador não estabeleceu limites para seu crescimento.
*Rodrigo Miranda é treinador comportamental e especialista em mindset financeiro, em trading de criptomoedas e criador da Universidade do Bitcoin, a UniBtc, com mais de 15 mil alunos. Formado em Administração de Empresas com pós-graduação em Pedagogia Empresarial, atingiu a liberdade financeira através do mercado cripto há anos, ensina e faz análises diariamente em lives no YouTube.
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Sidney Teixeira Triumpho
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