Mais de 15 milhões de brasileiros convivem com alguma doença reumatológica, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia. Entre esses, cerca de 2 milhões são atingidos pela artrite reumatoide, uma doença inflamatória que pode afetar múltiplas articulações e sistemas. Predominante em mulheres, com uma incidência duas vezes maior em comparação aos homens, a artrite reumatoide costuma se manifestar antes dos 40 anos de idade, ao contrário da percepção da população geral de que afeta exclusivamente idosos. Esse, inclusive, é um dos mitos frequentes sobre a doença que contribuem para o atraso no diagnóstico.
Os principais sintomas incluem dor, inchaço, calor e vermelhidão em diversas articulações, como mãos, pés, punhos, cotovelos, joelhos e tornozelos. “Sem o diagnóstico e tratamento adequados, as articulações inflamadas podem causar rigidez matinal, limitar os movimentos e comprometer a realização de atividades cotidianas. Em casos mais graves, a doença pode evoluir para deformidades”, explica Dra. Betânia Longo, reumatologista do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS).
Fatores de risco e diagnóstico
A artrite reumatoide tem causa desconhecida, porém fatores genéticos podem influenciar o desenvolvimento da doença, como destaca a médica. “Pessoas com histórico familiar de artrite reumatoide têm maior predisposição para desenvolver a doença. Contudo, hábitos saudáveis – como alimentação balanceada, prática regular de atividade física e controle de peso – podem reduzir o risco. A consulta com um reumatologista é essencial para uma avaliação especializada”, recomenda Dra. Betânia.
O diagnóstico da artrite reumatoide é realizado com base na história clínica, exame físico, exames laboratoriais e de imagem. “Radiografias, ultrassonografias e ressonâncias podem ser necessários, dependendo de cada caso”, esclarece a especialista.
Tratamento e controle da artrite reumatoide
A artrite reumatoide é uma doença inflamatória sistêmica autoimune e pode estar associada a outras doenças desencadeadas pelo mesmo mecanismo. O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são fundamentais para controlar a progressão da doença.
O tratamento inclui reeducação do paciente e da família, terapia medicamentosa, fisioterapia, apoio psicossocial, terapia ocupacional e, em alguns casos, abordagens cirúrgicas. Muitos pacientes precisam adaptar suas atividades diárias, como vestir-se, cozinhar ou realizar tarefas domésticas, de modo a reduzir a sobrecarga mecânica nas articulações. Nesse contexto, o apoio familiar é essencial, além do acompanhamento com um terapeuta ocupacional, que orienta sobre práticas adequadas para preservar a função das articulações.
Dra. Betânia também destaca a importância de adotar um estilo de vida saudável no controle da artrite reumatoide. “Exercícios físicos regulares, supervisionados por profissionais qualificados, uma dieta equilibrada, evitar o tabagismo e manter uma boa qualidade de sono são fundamentais”, afirma.
O tratamento medicamentoso é outra peça-chave no manejo da doença. Anti-inflamatórios não hormonais e glicocorticoides podem ser utilizados no controle da dor e no processo inflamatório. Drogas modificadoras do curso da doença e agentes biológicos são opções de tratamento, a depender do quadro clínico, evolução e gravidade de cada caso. No Centro de Infusões do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS), é possível fazer tratamentos imunobiológicos.
“O tratamento correto, aliado ao acompanhamento regular com o reumatologista, pode levar à remissão da doença e melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente”, finaliza a médica.
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Juliana Moreno Rosa Martins
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