Entre 2019 e 2024 foram registrados no Paraná 15.780 casos de intoxicações em crianças de até 11 anos, e 44% delas foram causadas por medicamentos
Segundo dados recentes do Conselho Federal de Farmácia, o Brasil é um dos países que mais consomem medicamentos no mundo, podendo chegar a 6º lugar até o final de 2024. Entre os mais ingeridos estão os anticoncepcionais, analgésicos, descongestionantes nasais e anti-inflamatórios, os quais não precisam de receita médica, o que pode ser um problema social, sobretudo quando o assunto é o descarte correto.
De acordo com dados publicados recentemente pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no estado do Paraná, entre 2019 e 2024 foram registrados 15.780 casos de intoxicações em crianças de até 11 anos, e 44% delas foram causadas por medicamentos, por exemplo. Produtos de uso doméstico, como produtos de limpeza e substâncias químicas, raticidas, agrotóxicos, cosméticos e plantas tóxicas completam essa lista.
A coordenadora do curso de Farmácia da Universidade Unopar Anhanguera, Ana Paula Michelin, explica que, as intoxicações em casa, especialmente entre crianças menores de quatro anos, se dão devido à curiosidade e o hábito de elas explorarem objetos e levá-los até a boca, o que aumenta o risco de ingerirem medicamentos acidentalmente. “Pais precisam estar atentos a esses cuidados com os filhos e saber fazer o descarte correto de medicamentos sem uso ou vencidos, como também, todos os indivíduos da sociedade, pois isso implica em riscos à saúde e ao meio ambiente”, destaca.
A farmacêutica reforça, que as embalagens vencidas devem ser entregues às farmácias, como cartelas de pílulas e comprimidos, frascos de xarope, inclusive os copinhos e seringas medidores. Só a caixa de papelão e o papel da bula podem ser jogados no lixo reciclável.
“O descarte correto é feito levando os medicamentos vencidos para farmácias e outros pontos com coletores de logística reversa. Os números de intoxicação infantil são alarmantes e podemos correlacionar com essa falta de atenção. Precisamos dessa conscientização social, pois descartar remédios no lixo comum oferece riscos à saúde não apenas às crianças, além de prejudicar o meio ambiente”, ressalta.
Ana Paula explica, que o descarte inadequado de medicamentos pode afetar o solo, águas superficiais ou lençóis freáticos, por isso eles não devem ser descartados no lixo comum, como é feito pela maior parte da população. “Para se ter uma ideia, cada quilo de medicamento descartado de forma incorreta pode contaminar até 450 mil litros de água. Portanto, é essencial que seja feito em locais autorizados, como postos de saúde, algumas farmácias e drogarias”, orienta.
O descarte correto dos produtos está previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos, por meio da Lei nº 12.305, de 2010. A regulamentação para medicamentos domiciliares, vencidos ou em desuso, foi feita em junho de 2021, por meio do Decreto nº 10.388/2020. A lei determina que todas as empresas envolvidas com o comércio de medicamentos, desde a fabricação à distribuição, são obrigadas a implementar e operacionalizar sistemas de logística reversa.
A farmacêutica também explica que, em geral, as empresas responsáveis pela coleta desses medicamentos realizam a neutralização das substâncias, quando necessário, e posterior incineração.
Por fim, a farmacêutica dá algumas orientações sobre o descarte e aponta alguns cuidados que os pais devem ter no cuidado com os filhos. Confira:
Procure a farmácia ou drogaria mais perto da sua casa e pergunte se recebem remédios em desuso, sejam comprimidos, cápsulas ou xaropes. Caso não receba, pergunte onde descartar esses materiais sem risco de contaminação;
Evite descartar medicamentos vencidos ou não utilizados no lixo comum, pois isso pode representar riscos de contaminação do meio ambiente e até mesmo ser perigoso para pessoas ou animais que possam entrar em contato com eles.
Evite descartar medicamentos na pia ou no vaso sanitário, pois eles podem contaminar a água potável e o meio ambiente;
Mantenha medicamentos fora do alcance das crianças: Armazene remédios em locais altos, de preferência em armários trancados ou com travas de segurança. Nunca deixe medicamentos sobre mesas, balcões ou dentro de bolsas acessíveis;
Use embalagens com tampas de segurança: Certifique-se de que os medicamentos estejam em embalagens com tampas resistentes para crianças. Embora não sejam completamente à prova de crianças, essas tampas dificultam o acesso;
Explique os riscos para as crianças: Desde cedo, ensine as crianças que remédios não são doces e devem ser manueados apenas por adultos. Use uma linguagem adequada à idade para explicar a importância de não mexer em frascos de remédios;
Nunca chame medicamentos de “doces”: Evite relacionar medicamentos a guloseimas para não confundir as crianças, que podem tentar ingerir remédios por conta própria, acreditando que são inofensivos;
Descarte medicamentos vencidos: Medicamentos fora da validade ou que não estão mais em uso devem ser descartados corretamente. Evite jogar no lixo comum ou no vaso sanitário. Em muitos lugares, há pontos de coleta específicos para o descarte seguro;
Mantenha produtos de limpeza e químicos fora do alcance: Além dos medicamentos, produtos de limpeza e químicos também podem causar intoxicação. Armazene-os em locais seguros e longe do alcance das crianças, preferencialmente em armários trancados;
Tenha números de emergência à mão: Mantenha em local visível números de emergência, como o Centro de Controle de Intoxicações (CIATox), que pode fornecer orientações em caso de suspeita de envenenamento;
Atenção redobrada em visitas: Em visitas a outras casas ou viagens, certifique-se de que os medicamentos e produtos perigosos também estejam fora do alcance das crianças.
Sobre a Anhanguera – Fundada em 1994, a Anhanguera oferece para jovens e adultos uma infraestrutura moderna, ensino de excelência e um portfólio diversificado com mais de 47 cursos de graduação presenciais, 43 semipresenciais e 96 na modalidade a distância, além de pós-graduações, cursos livres, profissionalizantes, técnicos, EJA e preparatórios, com destaque para o Intensivo da OAB. Pertencente à Cogna Educação, o mais diversificado e maior grupo educacional do país, a marca está presente em mais de 106 unidades e 1.698 polos em todos os estados brasileiros, atendendo a milhares de alunos por meio de professores especialistas, mestres e doutores. Com o conceito lifelong centric, centrado na aprendizagem em todas as fases do aluno, 91% das instituições possuem notas 4 ou 5 no MEC. Para mais informações das soluções educacionais, acesse o site e o blog.
Assessoria de imprensa – Anhanguera
Deiwerson Damasceno e Carolina Pinho
deiwerson.santos@cogna.com.br e carolina.pinho@cogna.com.br
(11) 98455-3620 e (11) 99241-7657
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
DEIWERSON DAMASCENO DOS SANTOS
deiwerson.santos@cogna.com.br