Manter uma equipe de funcionários a longo prazo é essencial para preservar a harmonia no ambiente corporativo, o que contribui para o aumento da produtividade. Em contrapartida, uma alta rotatividade traz impactos negativos e pode comprometer as finanças das empresas.
De acordo com uma pesquisa da Robert Half em parceria com dados do CAGED, o Brasil registra uma taxa de 56% de rotatividade entre profissionais, liderando o ranking mundial nesse aspecto.
As demissões são parte natural do mercado de trabalho, mas o sinal de alerta se acende quando elas aumentam, principalmente em casos de desligamentos voluntários. Por isso, vale compreender esse fenômeno e buscar formas de reduzi-lo.
Demissões voluntárias batem recorde em 2024
Até setembro de 2024, o Brasil contabilizou 6,5 milhões de pedidos de demissão voluntária, estabelecendo um novo recorde. Esses dados revelam que muitas empresas enfrentam dificuldades para reter talentos.
Além disso, o levantamento aponta um aumento de 15% nas demissões voluntárias entre jovens em relação ao ano anterior. Com as mudanças no mercado, as novas gerações têm se mostrado mais exigentes em relação às condições de trabalho.
Esse cenário impacta o turnover, um índice que mede a relação entre a entrada e saída de funcionários. Os pedidos de demissão desequilibram esse indicador, principalmente quando envolvem profissionais de alto desempenho.
Os dados reforçam a necessidade de mudanças nas políticas internas das empresas, além da adoção de novas estratégias de recrutamento e seleção para minimizar os riscos desde a contratação.
Fatores que contribuem para o aumento dos pedidos de demissão
Diversos aspectos podem levar um funcionário a solicitar desligamento. Alguns estão além do controle das empresas, enquanto outros poderiam ser evitados com políticas mais eficientes. Entre os principais fatores estão:
Salários e benefícios insuficientes: O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) revelou que 32,5% dos pedidos de demissão foram motivados por salários baixos. Além disso, uma pesquisa realizada pela Sólides em parceria com a Offerwise mapeou o cenário da Gestão de Pessoas no Brasil, apontando que 40,9% dos colaboradores estão insatisfeitos com o salário atual, o que evidencia a importância de revisar as políticas salariais.
Falta de reconhecimento: muitos profissionais sentem que suas contribuições não são devidamente valorizadas, o que afeta a autoestima e reduz a satisfação no trabalho.
Problemas de saúde mental causados por estresse: cargas de trabalho excessivas e ambientes hostis comprometem o bem-estar dos funcionários.
Conflitos éticos: problemas de convivência com colegas ou superiores podem prejudicar a produtividade e levar o funcionário a buscar um ambiente mais saudável.
Falta de flexibilidade: com rotinas cada vez mais dinâmicas, empresas que não oferecem modelos de trabalho flexíveis enfrentam maiores índices de demissões voluntárias.
O que é o turnover e como calculá-lo?
O turnover é um indicador estratégico para as empresas, pois mede a quantidade de funcionários que entram e saem dela em determinado período.
O cálculo é simples: somar as contratações e demissões, dividir o total por dois e, em seguida, dividir o resultado pelo número total de funcionários. Por fim, basta multiplicar o resultado por 100 para obter a porcentagem.
Esse índice fornece informações valiosas para que as empresas avaliem os custos da rotatividade e desenvolvam estratégias mais eficazes para atrair e reter talentos.
Estratégias para reduzir a rotatividade de funcionários
Um turnover elevado gera prejuízos financeiros e operacionais para as empresas. No entanto, existem medidas que podem ser adotadas para minimizar esse índice e prolongar a permanência dos colaboradores:
Melhorar o recrutamento: estruturar melhor os processos seletivos, buscando perfis que se alinhem à cultura organizacional, com a ajuda da inteligência comportamental.
Oferecer benefícios atrativos: realizar pesquisas para identificar os benefícios mais valorizados no setor e viabilizá-los de acordo com o orçamento.
Implementar jornadas flexíveis: criar modelos de trabalho que reduzam o cansaço físico e mental sem comprometer a produtividade.
Valorizar os colaboradores e o ambiente: reconhecer o desempenho dos funcionários e proporcionar um ambiente saudável para trabalhar aumentam a satisfação e reduzem o índice de desligamentos.
Para enfrentar o aumento das demissões voluntárias e reduzir o turnover, é crucial que as empresas repensem suas estratégias de gestão de pessoas. Adotar políticas que promovam o bem-estar dos funcionários, como salários e benefícios competitivos, além de incentivar o reconhecimento e o desenvolvimento profissional, pode fazer a diferença.
Assim, as organizações não apenas retêm talentos, mas também garantem uma equipe engajada, o que impacta diretamente na produtividade e no sucesso do negócio.
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Cicero Alan Santana dos Santos
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