Empreendedorismo jovem cresce no Brasil: veja como começar ainda na universidade
Estudantes que empreendem com apoio das empresas juniores ganham experiência prática e aceleram o início da carreira
O número de jovens empreendedores no Brasil cresceu 25% nos últimos 12 anos e alcançou 4,9 milhões de pessoas entre 18 e 29 anos, segundo dados do Sebrae. Embora cada vez mais jovens criem seus próprios negócios, a maioria ainda atua na informalidade e sem apoio técnico. Dentro das universidades, as empresas juniores oferecem uma alternativa estruturada: são organizações sem fins lucrativos, lideradas por estudantes, que prestam serviços reais a clientes reais. Em 2024, esse modelo movimentou R$ 83 milhões em projetos conduzidos por universitários em todo o país.
“Muita gente tem boas ideias, mas não sabe como transformar isso em ação. A empresa júnior é esse primeiro espaço, onde o universitário pode errar, testar, aprender e entregar valor de verdade”, afirma Caio Leal, presidente da Brasil Júnior, organização que representa o movimento nacionalmente.
A seguir, veja os primeiros passos para tirar sua ideia do papel:
1) Estruture sua ideia
Escreva de forma objetiva o que você quer resolver, quem será beneficiado e como sua solução funcionará. Esse exercício ajuda a enxergar se a ideia tem clareza, propósito e aplicabilidade.
2) Conheça o mercado
Estude concorrentes, observe as necessidades do seu público e identifique o que pode ser melhorado. Isso aumenta suas chances de oferecer uma proposta relevante — e evita investir tempo em algo que não tem demanda.
3) Busque apoio
Buscar orientação faz diferença. Universitários que participam de empresas juniores aprendem a testar ideias, aplicar teoria na prática e receber suporte técnico e estratégico. O ambiente é ideal para quem quer experimentar soluções com baixo risco.
4) Teste e corrija
Antes de montar um negócio completo, valide sua ideia em pequena escala. Pode ser com uma consultoria, um protótipo ou uma apresentação a potenciais usuários. Ajustar o que for necessário logo no início evita prejuízos futuros.
Caio Leal também ressalta que começar com apoio faz diferença. “Empreender sozinho não é a única opção. Nas empresas juniores, o jovem encontra suporte, mentoria e acesso a clientes reais. Além disso, desenvolve competências que o mercado valoriza, como liderança, comunicação e capacidade de entrega”.
Além de gerar impacto em comunidades, as empresas juniores ajudam a democratizar o acesso ao empreendedorismo. Mais de 52% da rede é formada por mulheres cis, 29% por pessoas LGBTQIAP+ e 32% vêm de famílias com renda per capita inferior a 1,5 salário mínimo.
Quer criar uma empresa júnior na sua universidade? Veja os primeiros passos:
Verifique as regras da sua instituição: consulte a coordenação do curso e a reitoria para entender os processos internos e regulamentos acadêmicos, mesmo que seja a primeira EJ da universidade.
Reúna uma equipe: mobilize colegas interessados e monte o grupo fundador. Definir os primeiros cargos ajuda a organizar a estrutura.
Busque apoio de professores: mentores acadêmicos e docentes fortalecem o projeto e validam processos. Um professor responsável é obrigatório.
Estruture um plano de negócios e defina os serviços: quais serviços a empresa júnior oferecerá? Como será o modelo de trabalho? Quais são os diferenciais? Quais cursos serão contemplados? Essas perguntas devem ser respondidas antes do registro oficial.
Formalize a empresa e busque apoio do MEJ: o Movimento Empresa Júnior tem instâncias regionais que oferecem suporte para a criação de novas EJs. Buscar esse apoio pode acelerar o processo e fortalecer a estrutura da empresa.
Conquiste os primeiros clientes: a EJ pode oferecer inicialmente serviços para pequenos negócios locais ou até mesmo dentro da própria universidade. O importante é ganhar experiência e construir credibilidade no mercado. Mais informações estão disponíveis em brasiljunior.org.br.
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Quem é a Brasil Júnior?
A Brasil Júnior é a entidade responsável por coordenar o Movimento Empresa Júnior (MEJ) no Brasil. Como organização sem fins lucrativos, tem a missão de formar líderes empreendedores e conectar estudantes universitários a desafios reais do mercado. Atualmente, o MEJ conta com 26 mil jovens, reúne 1.437 empresas juniores e está presente em 274 instituições de Ensino Superior. Em 2024, o movimento faturou mais de R$ 80 milhões, valor 100% reinvestido na capacitação dos membros.
Quem é o Presidente Executivo da Brasil Júnior?
Caio Leal é mineiro e estudante de Ciência Política na Universidade de Brasília (UnB). Ingressou no Movimento Empresa Júnior (MEJ) em 2020 e ocupou diferentes cargos de liderança. Já foi Presidente Organizacional da Strategos Consultoria Política Jr., Diretor de Relacionamento da Federação de Empresas Juniores do Distrito Federal (CONCENTRO-DF) e Líder de Relações Institucionais e Governamentais da Brasil Júnior. Agora, à frente da Brasil Júnior, busca fortalecer o impacto do MEJ no Brasil, aproximar jovens empreendedores do mercado e ampliar as oportunidades dentro das universidades.
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VINICIUS PEREIRA SANTOS
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