Nos últimos anos, o mercado de investimentos tem voltado cada vez mais a atenção para o empreendedorismo feminino. Um dos exemplos mais notáveis desse movimento é o crescimento do Female Founders Fund (FFF), um fundo de investimento dedicado exclusivamente a startups lideradas por mulheres. Com foco em inovação e diversidade, o FFF tem impulsionado empresas de tecnologia, saúde, finanças e outros setores estratégicos, ajudando a reduzir a histórica disparidade de gênero no ecossistema de investimentos.
De acordo com um relatório da PitchBook, empresas fundadas por mulheres receberam apenas 2,1% do capital de risco global em 2023, um número que, embora ainda baixo, reflete um avanço em relação a anos anteriores. Nos Estados Unidos, o Female Founders Fund tem sido um dos principais responsáveis por essa mudança, investindo em startups promissoras e provando que mulheres empreendedoras geram retornos significativos. Segundo a Harvard Business Review, startups lideradas por mulheres tendem a gerar 35% mais retorno sobre investimento do que aquelas lideradas apenas por homens.
No Brasil, essa tendência começa a ganhar força. Cristina Boner, empresária pioneira no setor de tecnologia, destaca a importância de fundos voltados exclusivamente para mulheres no mercado nacional. “O acesso a investimento sempre foi uma das maiores barreiras para empreendedoras no Brasil. A criação de fundos como o Female Founders Fund representa um avanço essencial para equilibrar o jogo e garantir que mulheres tenham as mesmas oportunidades de escalar seus negócios”, afirma.
Segundo dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2023, o Brasil tem mais de 30 milhões de mulheres empreendedoras, o que representa cerca de 34% do total de empreendedores do país. No entanto, muitas dessas mulheres enfrentam dificuldades para captar investimentos, seja por falta de redes de contato no setor financeiro ou pelo viés inconsciente que ainda existe entre investidores.
A empresária Cristina Boner ressalta que, além do apoio financeiro, é fundamental que essas iniciativas ofereçam mentoria e suporte estratégico. “O dinheiro por si só não resolve o problema. O que as empreendedoras realmente precisam é de acesso a conhecimento, networking e oportunidades de crescimento. Nos Estados Unidos, o Female Founders Fund não apenas investe, mas também conecta essas mulheres a grandes players do mercado. Precisamos de mais iniciativas assim no Brasil”, pontua.
Algumas empresas brasileiras começam a seguir essa tendência. Em 2022, foi criado o WeVentures, primeiro fundo de venture capital voltado para startups lideradas por mulheres no Brasil. Além disso, iniciativas como o Mulheres no Comando, do Sebrae, oferecem capacitação e incentivo para empreendedoras que buscam crescer no mercado.
Para especialistas, o futuro do empreendedorismo feminino está diretamente ligado à ampliação dessas oportunidades. Se mais fundos voltados para mulheres forem criados e houver maior incentivo governamental para o setor, a expectativa é que, nos próximos anos, o Brasil acompanhe o crescimento já observado nos Estados Unidos e na Europa. “Ainda temos um longo caminho pela frente, mas estamos vendo mudanças reais acontecendo. O Female Founders Fund é um exemplo de como o mercado pode se tornar mais inclusivo e eficiente ao apostar na diversidade. Quando investimos em mulheres, investimos no crescimento de toda a economia”, conclui Cristina Boner.
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Andreia Souza Pereira
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