O Carnaval brasileiro é definitivamente uma das maiores festas do mundo, atraindo milhões de pessoas por todo o país. No entanto, ele vai muito além disso: é um verdadeiro fenômeno econômico. Segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o evento de 2025 irá gerar R$ 12 bilhões em receitas, o que representa um crescimento de 2,1% em relação a 2024. Esse impacto movimentará importantes setores como turismo e transporte, gerando benefícios para governos, negócios e, claro, os foliões.
Mas, apesar dos números, será que podemos dizer que estamos aproveitando todo o potencial da celebração? Para que o Carnaval continue evoluindo como um agente importante para a economia nacional, é fundamental que sejam realizados investimentos em inteligência de dados. Com análises aprofundadas de informações bem estruturadas e de qualidade, é possível aprimorar a gestão das cidades no período, melhorar a experiência para as pessoas e garantir maior rentabilidade para os negócios.
Os gastos em bares e restaurantes, serviços de transportes de passageiros e hospedagem devem liderar as receitas da edição deste ano. No entanto, mesmo com os resultados positivos esperados, o que ainda vemos nesses setores, e no turismo brasileiro de forma geral, é a falta de acesso completo a dados estratégicos para potencializar ainda mais tomadas de decisões ágeis para que recursos sejam alocados de forma realmente efetiva. O problema central reside na fragmentação das informações. Dados sobre ocupação hoteleira, fluxo de turistas nas cidades, aeroportos, rodoviárias e estradas, além de consumo estão separados em silos, em diferentes sistemas. Essa falta de integração faz com que os gestores trabalhem sem a visibilidade do todo, tomando medidas com base em estimativas que muitas vezes são imprecisas. Com isso, acabam sofrendo com demandas subestimadas ou superestimadas. Para entender a extensão disso, imagine uma rede de hotéis que não tem capacidade de prever corretamente a demanda e, por isso, não ajusta seus preços, ofertas de serviços e operações para o período.
Na mobilidade urbana, também podemos encontrar uma das maiores urgências para usar dados integrados e de qualidade. A concentração de milhões de pessoas em um único espaço, como vemos no Carnaval, gera desafios enormes para o trânsito e o transporte público. No entanto, já é possível antecipar soluções ao analisar o fluxo. Com a análise de dados em tempo real a partir de informações coletadas de sensores e câmeras inteligentes, por exemplo, podemos compreender o deslocamento das pessoas para adaptar a operação rapidamente, evitando superlotações, reduzindo tempos de espera e congestionamentos. Soluções analíticas integradas à modelos de machine learning podem atuar de forma preditiva e prescritiva, ajudando na prevenção de gargalos, identificação de padrões de movimentação pelas ruas e criação de rotas alternativas, além de facilitar a redistribuição de frotas de ônibus de maneira muito mais inteligente. Essa transformação exige um esforço coordenado entre autoridades públicas e empresas do setor, garantindo aportes contínuos em tecnologias para otimizar a mobilidade.
A análise de dados a partir dessas mesmas câmeras também apoia a gestão pública a tornar o Carnaval muito mais seguro. Com uma abordagem sofisticada, a segurança é altamente beneficiada: utilizando analytics em tempo real para monitorar e identificar riscos e acionando autoridades competentes de forma rápida e precisa. Para isso, é necessário adotar arquiteturas que permitam ingestão e análise instantânea de informações, eliminando ao máximo a latência na transmissão dos dados. A integração dessas tecnologias com dispositivos inteligentes pelas cidades, reconhecimento de padrões e a criação de centrais de controle conectadas podem fazer a diferença na resposta ágil a possíveis incidentes.
Outro impacto positivo da inteligência de dados no Carnaval está na indústria de alimentação e bebidas, considerando como restaurantes e bares enfrentam desafios para prever a demanda e evitar desperdícios. O uso de dados atuais e históricos de consumo garante um abastecimento mais eficiente de insumos, evitando que um bar fique sem bebidas enquanto outro sofre com o excesso delas. Com plataformas de analytics baseadas em IA, esses estabelecimentos podem ajustar estoques e personalizar ofertas de acordo com as preferências dos seus clientes, aumentando a satisfação e impulsionando as vendas.
Esses são apenas alguns dos exemplos de ações necessárias para elevar o Carnaval a um novo patamar. Mas, para que elas sejam plenamente implementadas, é importante que prefeituras, órgãos governamentais e empresas privadas invistam em plataformas compartilhadas e interoperáveis, para que as informações sejam centralizadas e utilizadas com máxima efetividade. Tecnologias impulsionadas por inteligência artificial e automação se tornaram a chave para otimizar processos e melhorar a experiência de todos no Carnaval, antecipando tendências e assegurando reações mais rápidas a situações inesperadas. Tudo isso, sem deixar de lado a responsabilidade e uma governança eficiente dos dados, com o cumprimento rigoroso da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) como prioridade.
A evolução do Carnaval brasileiro passa pela implementação de soluções tecnológicas capazes de transformar de maneira inteligente a coleta, a integração e a análise de dados para a criação de insights acionáveis de forma segura. Seguir em frente com essa revolução desbloqueará um imenso potencial ainda inexplorado, fazendo com que o Carnaval brasileiro tenha tudo para se consolidar como um dos maiores exemplos de inovação do turismo mundial.
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MARIANA MIRRHA SANTOS
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