O potencial de uso dos drones não tripulados e também tripulados está voando cada vez mais alto. Entre as razões estão os avanços científicos e a engenharia de projeto que têm concebido modelos cada vez mais pequenos, mais leves, com mais recursos e maior desempenho. O que especialistas preveem com certeza é que a próxima geração de drones será mais versátil, autônoma, inteligente, segura e deve abrir um leque ainda maior de possibilidades de aplicação em várias áreas.
Os fabricantes já antecipam que além de avanços importantes a sua evolução será acelerada. Embora lembre bastante os aeromodelos de outras eras, o drone foi desenvolvido para os campos de batalha nos Anos 1970, com a finalidade de monitorar a movimentação dos soldados, reduzindo os riscos de os militares serem atingidos pelo inimigo.
Hoje em territórios de paz ele apresenta uma variedade de tipos, designs, usos, e preços que é notável. As próximas inovações nas gerações seguintes transformarão a forma como os drones têm sido usados e ampliarão suas possibilidades de aplicação.
Em breve a primeira grande mudança será na inteligência artificial avançada, que na próxima geração fará o reconhecimento de objetos e cenários complexos nas rotas dos drones com decisão em tempo real mais autônoma. Os algoritmos irão ajudar muito os ‘enxames de drones’ (swarm drones) para esses aparelhos operarem juntos, em grupo, sem risco de colisão. A inteligência artificial realizará análise de dados no próprio drone, sem a dependência do processamento em nuvem.
Haverá maior autonomia de voo, porque as baterias de lítio serão substituídas por aquelas de estado sólido com maior densidade energética. Hoje em drones comerciais a média de autonomia é de 20 a 40 minutos. Para ampliar ainda mais o tempo de voo, muitos drones usarão a energia solar como fonte energética e até mesmo empregarão o hidrogênio, um ótimo combustível alternativo para aqueles aparelhos industriais que precisam voar longas distâncias.
Nas novas gerações, os atuais protocolos de rádio convencionais e alcance limitado por Wi-Fi serão trocados pelas conectividades sem fio 5G e 6G para controle remoto em tempo real e transmissão de vídeo em alta definição. Eles terão ainda a capacidade de operar em áreas remotas, linkados a satélite ou redes locais. Para missões coordenadas haverá ainda redes de comunicação entre drones.
Com a evolução tecnológica, os dispositivos contarão com mais avanços em seus sensores e tecnologia de captura. Os drones de alta performance para agricultura ou mineração, por exemplo, terão a bordo câmeras hiperespectrais que ajudarão em análises detalhadas. Para monitoramento da poluição, qualidade do ar e até radiação os sensores serão muito mais precisos. No caso de mapeamento e construção digital essas máquinas terão a seu dispor tecnologia holográfica e 3D.
Quanto ao design e mobilidade, haverá drones modulares que poderão se adaptar para diversas tarefas, bastando trocar apenas alguns componentes. Os novos modelos apresentarão formatos mais compactos e leves para missões em áreas urbanas ou espaços mais adensados.
Dentro do universo das novas gerações haverá mais sistemas antifurtos com rastreamento em tempo real e também criptografia avançada para comunicações. A regulamentação da operação e tecnologias para a detecção de drones invasores em áreas restritas também irão se desenvolver.
No quesito sustentabilidade as baterias terão mais materiais recicláveis e serão mais biodegradáveis. A emissão de ruídos vai ser reduzida com a sistemas mais silenciosos a partir do uso de hélices e motores mais otimizados.
As aplicações e novos usos serão amplificados. Nestas próximas gerações os drones contribuirão muito em emergências médicas com o transporte de órgãos e kits de emergência. Eles poderão ser empregados até em construção autônoma, ou seja, os drones conseguirão construir e reparar estruturas em 3D enquanto voam.
A engenharia unirá concreto e madeira para produzir moradias em formato tridimensional. De acordo com pesquisadores ingleses, inspirado na habilidade de construtores da natureza como abelhas e vespas, as aeronaves não tripuladas ajudarão na chamada ‘construção colaborativa’, para ‘imprimir’ edifícios completos ou reparar estruturas em locais de difícil acesso para os trabalhadores. Entretanto, esse procedimento deve demorar mais tempo para ser posto em prática.
O cenário dos drones daqui algum tempo é um tema que tem despertado o interesse de muita gente, inclusive na mídia. O jornalista James O’Donnel do site MIT Technology Review na sua reportagem ‘O que vem a seguir para os drones’ analisa as tendências e tecnologias para lhe dar uma primeira visão do futuro. Ele escreveu que essas máquinas voadoras não estão mais limitadas a pequenos quadricópteros com duração de bateria insuficiente. O especialista registrou que os drones estão auxiliando esforços de busca e resgate, remodelando guerras na Ucrânia e em Gaza e entregando pacotes urgentes de suprimentos médicos.
O’Donnel também lembrou que bilhões de dólares estão sendo investidos na construção da próxima geração de sistemas totalmente autônomos. O autor avaliou que os avanços na tecnologia e sensores de drones, queda de preços e flexibilização de regulamentações estão tornando os drones mais baratos, rápidos e melhores do que nunca.
Para a engenheira eletrônica e elétrica da empresa americana E3.series, Laura Mirto, a expectativa é que nos Estados Unidos o uso de drones autônomos em aplicações de segurança, vigilância e resgate cresça significativamente, além da maior aceitação de uso em TV, cinema, fotografia, e também na construção civil, onde já dão suporte a inspeções do local, avaliação do desenvolvimento da obra e até mesmo estimativas de tempo para algumas tarefas de transporte de materiais.
Devem crescer na agricultura, na qual podem auxiliar no gerenciamento de campo, pulverizando defensivos em plantações e avaliando riscos potenciais. No Brasil também haverá ampliação em vários usos, como, por exemplo, na limpeza e pinturas de fachadas e grandes estruturas, dedetização, e ainda inspeção patológica que identifica e analisa problemas estruturais de edificações. Seu potencial é muito vasto e será descoberto por outros segmentos, que nem imaginavam que os aparelhos poderiam ser uma importante ferramenta de trabalho.
Possivelmente o drone mais desafiador de todas as aplicações seja o de transporte de pessoas, que ainda está em fase de testes em vários lugares do planeta, inclusive no Brasil. Muita gente pode pensar que se trata de uma ideia nova, mas nos Anos 1960, 1970 e 1980, a série de desenho animado de televisão Os Jetsons, dos célebres ilustradores/animadores William Hanna e Joseph Barbera, exibia ao imaginário das crianças como seria o futuro da humanidade.
Nos episódios havia um carro voador da família Jetsons. Ele tinha um visual futurista com o estilo das naves espaciais de ficção científica daquela época. Possuía como capota uma marcante cúpula totalmente transparente para proteger os passageiros dentro da nave, que seria do tamanho de um carro pequeno hoje em dia.
As histórias transmitiam uma ideia otimista do futuro, imaginando um mundo com tecnologia de ponta e transporte aéreo corriqueiro no dia a dia das pessoas. Décadas depois, além desse carro voador, pelo menos uma dúzia de dispositivos e tecnologias vistos naquele desenho animado se transformaram em realidade. Pois bem, estamos muito perto de um novo ‘carro de passeio’, ou melhor de um ‘drone de passeio’ e também do ‘taxi-drone’. Esse tipo de veículo e os outros vão mudar o mundo. Aguardem!
*Marcello Galindo é consultor técnico e tem formação em Administração e Gerenciamento de Computação/Tecnologia da Informação pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa em Informática – IBPI. É fundador da Urano Drone Wash, empresa especializada em limpeza de fachadas utilizando Drones de alta tecnologia. https://www.uranodronewash.com.br/
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
SIMONE MARIA BERTELLI MAEJI
redacao@grupovervi.com.br