Com base em dados de pesquisas que mostram os impactos do uso excessivo das telas por crianças e adolescentes, o Coleguium Rede de Ensino, que mantém 19 unidades educacionais em Minas Gerais e no Pará, criou uma campanha para orientar estudantes e responsáveis. A iniciativa “Conecte-se ao essencial” inclui uma cartilha, rodas de conversa, cartazes com alertas nas unidades e abordagem da temática em sala de aula.
Para sensibilização dos alunos, resultados de pesquisas sobre o uso de tela estão sendo apresentados e, na sequência, são realizados projetos em grupo que estimulam a reflexão e a conscientização. O corpo docente também está envolvido na temática, recebendo treinamentos e comunicações importantes sobre o assunto.
Em relação ao papel dos pais, mães e responsáveis, a campanha sugere uma série de ações, entre elas a adoção de uma rotina com atividades e brincadeiras que não tenham a necessidade do uso de celular nos diferentes ambientes e espaços para convívio da família. Também é importante a definição de regras para uso do celular em casa e nos momentos dedicados a alimentação, estudos e realização do dever de casa, por exemplo. “Uma dica de ouro é convidar a criança para ser parte do planejamento e definição do novo escopo de rotina da família”, explica a diretora de Ensino do Coleguium, Rani Cocenza.
Segundo ela, as medidas são necessárias, pois estudos indicam que, além do excesso do uso de celular estar relacionado a maiores níveis de desatenção e dificuldade de socialização, isso afeta diretamente o sono e, consequentemente, o desenvolvimento e a saúde mental das crianças e dos adolescentes. De acordo com pesquisa realizada pela University College London, pessoas que dormem cinco horas ou menos por noite correm risco 2,5 vezes maior de desenvolver quadros de depressão.
Diante desse cenário, a Sociedade Brasileira de Pediatria sugere que crianças menores de 2 anos não devem ter contato com telas ou videogames. Para aquelas com idades entre 2 e 5 anos, o uso deve ser limitado a até 1 hora por dia; de 6 a 10 anos de idade, o recomendado é, no máximo, 2 horas diárias. Já para adolescentes de 11 a 18 anos, o período considerado saudável é entre 2 e 3 horas por dia.
Já o relatório do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa 2022) constatou que alunos usuários de smartphones e outros dispositivos digitais de 5 a 7 horas por dia tiveram pontuação menor nos testes. Além disso, cerca de 65% dos estudantes afirmaram que ficaram distraídos nas aulas de matemática por estar usando celular e outros dispositivos, como tablets e laptops. No Brasil, esse percentual chegou a 80%.
“A partir dessas constatações, consideramos que estabelecer um novo formato para o uso dos dispositivos móveis dentro da escola é urgente e está diretamente relacionado à saúde mental, física e emocional de nossos estudantes”, destaca Rani Cocenza. Ela reforça que, por isso, a campanha “Conecte-se ao essencial” tem o objetivo de promover essa discussão no ambiente e comunidade escolar. Prevê também um alinhamento entre escola, professores, educadores, alunos e famílias, no sentido da promoção do uso de dispositivos de forma consciente e estruturada. “Estamos repensando a forma como são utilizados o celular e outros aparelhos eletrônicos no dia a dia, abrindo espaço para o fortalecimento das relações, da troca e do ‘olho no olho’ entre educadores, jovens e famílias.”
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Campanha alerta estudantes e responsáveis sobre impactos do uso excessivo de celular
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