O início de um novo ano não é apenas um momento para planejar conquistas pessoais e profissionais, mas também uma oportunidade para incluir o autocuidado na lista de prioridades. Este mês é dedicado à campanha nacional de conscientização sobre o câncer de colo de útero, especialistas alertam para a importância da prevenção dessa doença silenciosa, mas evitável, que afeta milhares de mulheres brasileiras.
O câncer de colo de útero, ou câncer cervical, é o terceiro mais comum entre as mulheres no Brasil, ficando atrás apenas dos cânceres de mama e de pele não melanoma. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimam cerca de 17 mil novos casos anuais, configurando um desafio à saúde pública.
De acordo com o médico patologista Carlos Aburad, a prevenção é simples e eficaz. “A vacinação contra o HPV e o exame preventivo Papanicolau são ferramentas que salvam vidas. Apesar disso, muitas mulheres, devido à rotina acelerada e jornadas duplas com trabalho e família, acabam negligenciando sua saúde”, explica o patologista.
A infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), transmitida principalmente por relações sexuais, é o principal fator de risco para o câncer de colo de útero. Em casos de infecção persistente, o vírus pode causar alterações celulares que evoluem para tumores malignos. Outros fatores de risco incluem início precoce da vida sexual, múltiplos parceiros e tabagismo.
Dois passos para a prevenção eficaz são fundamentais: a vacinação contra o HPV e exames preventivos. A vacinação está disponível gratuitamente pelo SUS para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. O patologista lembra que o exame Papanicolau é indicado para mulheres a partir dos 25 anos ou que já iniciaram a vida sexual. O exame detecta alterações precoces que podem ser tratadas antes de evoluírem para um câncer.
“É fundamental que as mulheres compreendam a importância do rastreamento precoce. Quando diagnosticado no início, o câncer de colo de útero tem mais de 90% de chance de cura”, ressalta Aburad.
Câncer silencioso, mas prevenível
O câncer de colo de útero costuma ser assintomático em suas fases iniciais. Sangramento vaginal anormal, corrimento persistente e dor pélvica geralmente aparecem em estágios mais avançados. Por isso, o exame preventivo e o acompanhamento médico regular são cruciais.
Além disso, procedimento como a biópsia pode ser recomendado para confirmar diagnósticos suspeitos. O papel dos médicos patologistas, que analisam as amostras coletadas no exame Papanicolau, é essencial para identificar alterações celulares precoces. Segundo o patologista, estudos indicam que a adesão em massa à vacinação contra o HPV pode reduzir significativamente os casos de câncer de colo de útero nas próximas décadas. No entanto, a combinação da vacina com exames regulares é indispensável para garantir proteção completa.
“Cuidar da saúde é um ato de amor próprio e que beneficia toda a família. Este é o momento de priorizar o bem-estar e dar o primeiro passo para a prevenção”, conclui Carlos Aburad.
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DÉBORA PINHO DE ALENCAR LIMA
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