Uma pesquisa inédita do Instituto Nacional de Câncer – INCA, publicada recentemente na revista internacional The Lancet Regional Health Americas, que centra-se no avanço da prática clínica e da política de saúde nas Américas para melhorar os resultados de saúde tanto regional como globalmente, revela que cerca de 80% dos casos de câncer de cabeça e pescoço no Brasil são diagnosticados em estágio avançado.
O estudo nomeado “Disparidades no estágio do diagnóstico de tumores de cabeça e pescoço no Brasil: uma análise abrangente de registros hospitalares de câncer”, investigou 145 mil casos entre 2000 e 2017, analisando os tumores de cavidade oral, orofaringe, hipofaringe, laringe e a região das cordas vocais. A idade da maioria das pessoas diagnosticadas foi de 60 anos. No entanto, o estudo observou um dado interessante que mostra que em casos mais graves, os pacientes são mais jovens.
A cirurgiã oncológica e de cabeça e pescoço Mariana Guerra, do COP – Centro de Oncologia do Paraná, expõe que com o diagnóstico da doença em estágio avançado, dificulta-se o tratamento e a taxa de mortalidade pode aumentar, por essa razão é fundamental estar atento aos fatores de risco e outros sinais que podem aparecer no organismo e que servem como alerta. “Os principais fatores de risco são os considerados evitáveis. Entre eles estão o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, responsáveis por cerca de 70% dos casos. A infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) também está associada ao desenvolvimento de cânceres na orofaringe, incluindo a base da língua e as amígdalas”, aponta a médica.
O diagnóstico precoce aumenta a eficácia do tratamento e reduz a mortalidade associada a esses tipos de câncer. Além de evitar os fatores de risco, é importante estar atento a sinais como feridas na boca que não cicatrizam em até 15 dias, sangramentos sem motivo aparente, nódulos no pescoço, dor persistente na garganta, dificuldade para engolir e alterações na voz ou rouquidão. Ao notar esses sintomas, recomenda-se procurar o quanto antes um especialista.
O tratamento contra os tumores de cabeça e pescoço vai depender do estágio, localização do tumor e o estado geral da saúde do paciente. As terapêuticas mais frequentes são cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Dra. Mariana Guerra enfatiza a importância do diagnóstico precoce, fundamental para aumentar as chances de sucesso do tratamento e melhorar a qualidade de vida do paciente. “Nossa preocupação são os achados tardios, que podem exigir tratamentos invasivos e mutilantes. Por isso é importante as pessoas estarem atentas e procurarem um médico quando notar algo diferente no seu organismo.”
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Heverson Bayer
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