Eles sabem tudo sobre algoritmos, memes e ansiedade. Vivem conectados 24 horas por dia, mas seguem sozinhos quando o assunto é dor emocional. A chamada geração digital é também, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma das mais afetadas por transtornos mentais: 1 em cada 7 adolescentes entre 10 e 19 anos tem um diagnóstico. E o mais grave: a maioria não recebe tratamento.
Os dados são urgentes. De acordo com a OMS e a OPAS, 50% dos transtornos mentais se iniciam aos 14 anos e 75% até os 24. No entanto, a maior parte desses casos é ignorada ou subestimada, muitas vezes por falta de informação, apoio ou acesso. A depressão já figura entre as principais causas de incapacidade entre adolescentes, e o suicídio segue como a terceira causa de morte entre jovens de 15 a 19 anos. O Brasil, segundo o The Lancet, está entre os países com maior prevalência de ansiedade e depressão na juventude – e esses índices aumentaram cerca de 25% após a pandemia.
Flávia Trindade, psicóloga clínica e sexóloga, explica:
“A maioria chega sem saber exatamente o que sente. Só sabem que está difícil viver.”
Por trás das estatísticas, há histórias de adolescentes tentando existir num mundo que exige demais e ouve de menos. Cobranças acadêmicas, pressão estética, insegurança financeira, crises familiares, questões de identidade e sexualidade… tudo isso somado à constante comparação que as redes sociais impõem. O resultado? Uma juventude que se sente exausta, perdida e solitária.
É nesse contexto que o papel da psicoterapia se fortalece como espaço de acolhimento e transformação. A psicóloga Flávia Trindade, especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), destaca que a terapia é muito mais do que “falar sobre sentimentos”. Ela ensina os jovens a reconhecerem e reestruturarem padrões de pensamento que os fazem sofrer – como o clássico “não sou bom o suficiente”.
“A TCC é uma abordagem prática, estruturada e muito eficaz com jovens. Ela mostra, passo a passo, como entender o que se sente, de onde vêm certos pensamentos automáticos e como lidar melhor com eles. Isso empodera.”
A técnica, que é baseada em evidências científicas, tem se mostrado altamente eficaz no tratamento de ansiedade, depressão, distúrbios alimentares, questões de autoestima e dificuldades relacionadas à sexualidade. Tudo isso de forma colaborativa: o terapeuta não é um juiz, mas um parceiro no processo.
Outro ponto fundamental no trabalho com jovens, segundo Flávia, é romper o tabu em torno da sexualidade – um dos temas que mais geram sofrimento silencioso. Muitos adolescentes se sentem confusos, inseguros ou até culpados por seus desejos, orientações ou identidades, especialmente quando não encontram um ambiente de escuta e acolhimento.
“Sexualidade não é só sobre sexo. É sobre identidade, corpo, prazer, intimidade, limites, autoestima. E ainda é muito cercada de vergonha. A psicoterapia oferece um espaço seguro para explorar tudo isso sem medo de julgamento.”
Mais do que resolver crises pontuais, a terapia é um caminho para fortalecer a saúde mental a longo prazo, criando estratégias de enfrentamento e resiliência. Ela ajuda a construir não apenas o autoconhecimento, mas também a autocompaixão – algo raro num mundo que exige performance constante.
“Cuidar da saúde mental é um ato de amor-próprio – e salva vidas”, afirma Flávia.
“A psicoterapia vai além de enfrentar dificuldades. É um processo profundo de transformação, que pode trazer equilíbrio, segurança emocional e, acima de tudo, liberdade.”
Colaboração para esta reportagem
Flávia Trindade
Psicóloga clínica (CRP-08/21591), especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), sexualidade humana e avaliação psicológica. Atua em Curitiba (PR), com foco no acolhimento de jovens e adultos em sofrimento psíquico. Foi reconhecida como uma das 20 sexólogas mais recomendadas do Brasil pela principal plataforma de saúde do país.
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Instagram: @psiflaviatrindade
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ROBERTA FABIANI DA TRINDADE
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