O índice de consumidores inadimplentes na capital mineira cresceu 0,3% no mês de fevereiro. De acordo com levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), o aumento pode ser considerado discreto e não altera a tendência de desaceleração que se manteve ao longo de 2024. O resultado da capital mineira segue abaixo das médias nacional (3,22%), estadual (2,28%) e região Sudeste (1,67%). Em fevereiro, o valor médio das dívidas em Belo Horizonte atingiu R$ 5.246,57, representando um aumento de 3,43% em relação a janeiro.
Para o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, essa elevação pode ser explicada pelos tradicionais compromissos financeiros de início de ano. “Existe uma pressão sazonal sobre o orçamento das famílias referente aos gastos como compra de material escolar, matrículas em escolas e pagamentos de impostos. Além disso, o início de ano também tem resíduos financeiros das festas de fim de ano e férias. Tudo isso contribui para que a inadimplência aumente”, explica.
O dirigente ressalta ainda que, apesar do avanço pontual da inadimplência em fevereiro, o indicador continua sua trajetória de desaceleração. “Tivemos uma melhora significativa na renda disponível e no mercado de trabalho da cidade. São fatores que sustentam uma perspectiva positiva para 2025”.
Mulheres devem mais
Seguindo a tendência do último ano, as mulheres aparecem como maioria no cadastro de inadimplentes (46,89%). Apesar da maior participação feminina, os homens devem um valor maior, R$ 5.508,41. Já o valor médio devido por elas é R$ 5.184,08.
“Esse dado pode estar relacionado à diferença estrutural de renda entre homens e mulheres, já que os rendimentos habituais das mulheres tendem a ser inferiores, impactando sua capacidade de pagamento. Além disso, mesmo com uma inadimplência proporcionalmente menor, os homens apresentam valores médios de dívida mais elevados, sugerindo maior acesso ao crédito ou exposição a financiamentos de maior porte. Essa dinâmica reforça a importância de políticas de educação financeira e acesso a crédito sustentável para reduzir os impactos do endividamento em ambos os gêneros”, comenta o presidente da CDL/BH.
No recorte por valor total devido, o grupo entre 30 e 39 anos possui maior expressividade, com débitos chegando a R$ 6.273,36. “Isso indica uma dinâmica distinta entre as gerações, onde a maturidade financeira pode influenciar a quantidade de dívidas”, explica Souza e Silva.
Nas demais faixas etárias, os valores médios devidos são:
18 a 24 anos: R$ 3.480,07
25 a 29 anos: R$ 5.361,14
40 a 49 anos: R$ 5.930,37
50 a 64 anos: R$ 5.040,23
65 a 84 anos: R$ 4.105,55
85 a 94 anos: R$ 2.499,35
Acima de 95 anos: R$ 1.540,33
Empresas com mais dívidas
O índice de inadimplência entre as empresas da capital aumentou 4,1% no mês de fevereiro, em comparação ao mesmo período de 2024. Apesar do crescimento, o indicador de Belo Horizonte ainda é menor que do país (7,03%), do estado (6,57%) e da região Sudeste (6,84%).
Com uma média de 1,7 contas em atraso por CNPJ, o valor médio devido pelas empresas ultrapassa R$ 6 mil. Os setores com maior número de negativações são Serviços (50,87%) e Comércio (27,99%), seguidos por Indústria (6,14%) e Agricultura (0,12%).
As principais dívidas das empresas são referentes a serviços de comunicação (4,7%) e bancos (3,16%). As contas em atraso referentes a Água e Luz e Comércio tiveram redução de 8,16% e 1,78%, respectivamente.
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MARIA CRISTINA GOMES REIS
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