O número de empresas abertas no Brasil atingiu níveis recordes em 2024, um crescimento de 9,9% em relação ao ano anterior, conforme levantamento do Painel de Abertura dos Pequenos Negócios do Sebrae. Além das novas empresas, 74% das companhias do país esperam aumentar sua produtividade em mais de 20% nos próximos 3 a 5 anos, segundo pesquisa global “How Possible Happens“. Nesse contexto de grande competitividade e mudanças no mercado, é fundamental ter mais previsibilidade e o máximo de controle dos resultados.
Para estar à frente de um negócio rentável, sustentável e preparado para crescer, é preciso se desprender da rotina e gerir de forma estratégica com um direcionamento claro e uso constante de dados reais e atualizados. Esse processo envolve visão de longo prazo, análise de mercado, tomada de decisão baseada em indicadores, planejamento financeiro e tributário, controle de processos e produtividade.
É importante estar atento a alguns sinais de que sua empresa está apenas sobrevivendo, comenta o CEO da KBL Contabilidade, Ivan Lima. “Algo simples como a falta de planejamento, por exemplo, com decisões sem metas claras ou análise de dados, pode gerar grandes problemas. Outro ponto de alerta é o fluxo de caixa, já que, mesmo com vendas acontecendo, pode faltar dinheiro no caixa para pagar as contas.”, diz.
O especialista lembra que o crescimento desordenado e baixa rentabilidade podem resultar em equipe sobrecarregada, processos ineficientes e custos mal geridos que consomem o lucro. “Defina metas de crescimento reais e alcançáveis, controle os custos e desenvolva uma cultura organizacional voltada para resultados. Estes são alguns pontos, mas o ideal é uma análise particular, com ferramentas de análises e os dados corretos”, destacou.
O empresário Lélio Vieira Carneiro Júnior ressalta que muitos gestores não percebem os custos ocultos. “É comum que um empresário comece a crescer, mas não consiga ver o que isso implica em termos de endividamento. Mesmo que tenha um lucro econômico, pode faltar caixa, levando a empresa à falência. A empresa pode até mostrar um bom lucro econômico, mas sem a geração de caixa necessária para sustentar esse crescimento, ela pode enfrentar sérias dificuldades”, concluiu.
Pejotização e os custos
Em uma análise sobre o recente aumento no número de empresas no Brasil, o empresário Lélio Vieira Carneiro Júnior, destaca uma tendência crescente de pejotização do trabalho. “Muitas organizações, especialmente em funções estratégicas, como gerentes e diretores, estão optando por formalizar seus serviços como pessoas jurídicas”, explicou.
O empresário atribui essa mudança à flexibilização das leis trabalhistas implementadas recentemente, que, segundo ele, oferecem vantagens tanto para as empresas quanto para os empregados. “O custo de encargos para pejotizar é um fator que tem contribuído para o aumento do número de empresas no Brasil e crescimento da economia”, acrescentou.
No entanto, o empresário também alertou para o lado menos otimista desse crescimento. “Crescer de forma estratégica nem sempre significa gerar caixa. O crescimento tem custos associados, e as empresas precisam dispor de recursos para compor o capital de giro, o que chamamos de NCG (necessidade de capital de giro)”, afirmou.
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CAROLINA OLIVEIRA DE ASSIS
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