O presidente argentino Javier Milei está no centro de uma tempestade política e financeira após promover uma criptomoeda de alto risco, a $LIBRA, em suas redes sociais. O episódio, classificado por especialistas como “irresponsável” e “fraudulento”, resultou em perdas bilionárias para investidores, investigações governamentais e pedidos de impeachment por parte da oposição.
O tuíte que desencadeou o colapso foi publicado na última sexta-feira (14), por Javier Milei no X (antigo Twitter) uma mensagem endossava a LIBRA como um “projeto privado para financiar pequenas empresas e impulsionar a economia argentina”, acompanhada de um link para investimentos. Amoeda, uma memecoin (cripto ativo baseado em tendências de internet), disparou de US 0,16 para quase US 5 milhões em horas, movimentando US 4,5 bilhões em transações em apenas duas horas.
No entanto, para o gestor global de investimentos do Grupo Gennesys Investimentos, Dov Gilvanci Levi, o otimismo inicial deu lugar ao caos quando os desenvolvedores da moeda — que controlavam 80% dos ativos, segundo o jornal La Nación — iniciaram uma venda em massa, derrubando o valor em mais de 90% e deixando milhares de investidores no prejuízo. “A manobra, conhecida como rug pull (“puxada de tapete”), é comum em golpes de criptomoedas, onde criadores inflam artificialmente o preço para lucrar antes do colapso”, comentou Dov.
A reação de Milei e a crise de credibilidade
Diante da queda livre da $LIBRA, Milei apagou o tuíte e alegou desconhecimento: “Não estava informado dos detalhes do projeto e decidi não seguir divulgando”, justificou, acusando a oposição de explorar o caso para ataques políticos. A defesa, porém, não conteve as críticas.
Para Dov Gilvanci Levi, gestor do Grupo Gennesys Investimentos, o presidente agiu com “irresponsabilidade ao associar um projeto governamental a uma memecoin sem lastro”. “Endossar uma moeda volátil sem transparência é um risco imenso para a imagem do país e para os investidores”, afirmou Dov, destacando que o episódio mancha a credibilidade da Argentina em um momento em que o fundo de bolsa ArgT registrava alta de 112% em dólar no ano anterior.
Investigações e ameaça de impeachment
A oposição, liderada pelo bloco União pela Pátria (peronista), protocolou mais de 100 pedidos de impeachment, classificando o caso como “o maior escândalo de corrupção da história argentina”. Acusam Milei de violar a Lei de Ética Pública ao promover um ativo não regulado, resultando em perdas estimadas em US$ 4 bilhões.
O governo reagiu anunciando uma “investigação urgente” pelo Escritório Anticorrupção, que apurará possíveis ligações de Milei com os desenvolvedores da $LIBRA. Entretanto, a medida é vista com ceticismo: “É uma tentativa de controlar a narrativa antes que o caso escape do controle”, analisa o gestor global da Gennesys Investimentos.
Impacto na economia e no cenário político
O caso exacerbou a polarização na Argentina. Enquanto aliados como o ex-presidente Mauricio Macri pedem “cautela nas investigações”, a oposição pressiona por uma resposta rápida. Para analistas, o risco imediato é a desconfiança em projetos blockchain no país, setor que Milei buscava fortalecer.
“Esse escândalo confirma os perigos de misturar política com criptomoedas não reguladas. A menos que haja transparência, investidores globais pensarão duas vezes antes de apostar na Argentina”, conclui Dov.
Enquanto o Escritório Anticorrupção investiga, o futuro de Milei depende da comprovação (ou não) de benefício pessoal com a $LIBRA. Se ligações forem confirmadas, o impeachment ganhará força, marcando um capítulo turbulento na história argentina — e um alerta global sobre os riscos do hype cripto na política.
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