Neste 8 de abril, data em que é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer, os números escancaram a urgência de olhar com mais profundidade para essa doença que, apesar dos avanços da ciência, ainda representa um dos maiores desafios de saúde pública do mundo.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 704 mil novos casos de câncer foram diagnosticados no Brasil em 2023. No estado do Rio de Janeiro, o cenário também exige atenção: foram mais de 87 mil diagnósticos no mesmo período, com destaque para os tipos de mama, próstata, cólon e reto.
A campanha global para o triênio 2024-2026, lançada pela União para o Controle Internacional do Câncer (UICC) em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), traz o lema “Unidos pelo Único” — uma provocação à forma como enxergamos o paciente oncológico. A proposta é simples e urgente: antes do tumor, existe uma pessoa, com uma história, uma família, uma vida.
“Não é possível oferecer qualidade de vida ao paciente com câncer se não olharmos para a pessoa antes da doença”, afirma a psicóloga Isabel Fernandes dos Santos, especialista em oncologia.
Isabel tem vivência direta com essa realidade: desenvolveu um projeto de apoio emocional para pacientes com câncer colorretal metastático e de cabeça e pescoço em parceria com a indústria farmacêutica Merck. “O diagnóstico chega como um tsunami. Vem acompanhado de medo, desorganização familiar e, muitas vezes, sentimentos de culpa e desespero. É nesse momento que o suporte psicológico se torna vital”, explica.
Ela destaca ainda o papel essencial do psico-oncologista: “É o profissional que acolhe, escuta sem julgamento e ajuda a reorganizar emocionalmente o paciente e seus familiares, oferecendo suporte ao longo de todo o tratamento.”
Quando o câncer começa antes do sintoma
Se, por um lado, o impacto emocional do diagnóstico precisa ser amparado, por outro, a prevenção ganha novas ferramentas com o avanço da genética.
A oncogeneticista Fernanda Ayala lembra que entre 5% e 10% dos casos de câncer são hereditários, ou seja, têm relação direta com mutações genéticas transmitidas entre gerações. “Testes genéticos podem ajudar a identificar indivíduos com predisposição aumentada, como os portadores das mutações BRCA1 e BRCA2, associadas ao câncer de mama e ovário”, explica.
Essa abordagem permite que a prevenção comece muito antes do aparecimento dos primeiros sintomas. “A medicina personalizada já é uma realidade. Quando unimos a genética ao cuidado integral do paciente, potencializamos as chances de cura e qualidade de vida”, completa Fernanda.
Neste Dia Mundial de Combate ao Câncer, a mensagem é clara: cuidar vai muito além do tratamento — começa com informação, acolhimento e escolhas conscientes.
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SARAH MONTEIRO DE CARVALHO
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