No ano de 2017, o MEC estabeleceu a educação financeira como tema obrigatório no Ensino Fundamental. E em 2018, a regra foi estendida para alunos do nível médio. Apesar disso, a educação financeira não consta como uma disciplina específica nas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), mas sim um dos temas a serem trabalhados nas aulas de matemática. Em meio a esse cenário, a tarefa de ensinar sobre educação financeira fica para os próprios pais. Mas em que momento abordar esse assunto com os filhos?
A educação financeira infantil pode começar mais cedo do que muitos pais imaginam. De acordo com a especialista Andressa Bergamo, entre os quatro a seis anos da criança já é possível introduzir conceitos básicos sobre dinheiro de forma simples e divertida. “Nessa faixa etária, os conceitos precisam ser básicos, como a diferença entre querer e precisar, o que são os dinheiros (moedas e cédulas) e o básico de trocar, por exemplo, ao comprar um brinquedo na loja”, explica.
Com o passar do tempo, o aprendizado pode evoluir para noções mais complexas, como poupança, gastos e até investimentos simples. Para isso, a abordagem inicial deve ser prática e natural, utilizando situações do dia a dia, como compras no supermercado. “Crianças mais novas aprendem por meio de imitação, então envolver a criança nas decisões cotidianas financeiras pode ser o primeiro passo”, reforça a especialista. Segundo ela, esse método funciona porque permite que a criança compreenda os conceitos financeiros de forma gradual e aplicada ao mundo real, tornando o aprendizado mais significativo.
Os impactos de uma boa base financeira na infância se estendem para a vida adulta, influenciando diretamente a forma como o indivíduo lida com o dinheiro. Andressa destaca que crianças que aprendem cedo a poupar, planejar e diferenciar desejos de necessidades tendem a se tornar adultos mais responsáveis financeiramente. “Elas sabem como lidar com as finanças de maneira mais consciente, evitando endividamentos desnecessários”, afirma.
Além disso, uma educação financeira bem estruturada contribui para um maior senso de controle e autoestima, já que o conhecimento sobre o próprio dinheiro gera mais segurança. Outro benefício importante é o desenvolvimento de habilidades de planejamento e investimento. “Desde cedo, quem tem uma educação financeira sólida aprende não só a economizar, mas também a investir com prudência e a tomar decisões mais alinhadas com seus objetivos de longo prazo”, destaca a especialista. Por outro lado, a falta desse aprendizado pode trazer dificuldades financeiras no futuro, como endividamento excessivo, decisões impulsivas e até mesmo insegurança ao lidar com dinheiro.
Para tornar esse aprendizado mais eficaz e envolvente, Andressa ressalta que os pais podem recorrer a estratégias lúdicas que aproximam as crianças do universo financeiro de forma leve e interativa. Jogos de tabuleiro, como Banco Imobiliário, Monopoly e Cashflow for Kids são ferramentas eficazes para ensinar sobre dinheiro, compras, investimentos e até fluxo de caixa.
Aplicativos educativos, como o PiggyBot, também ajudam a introduzir conceitos de poupança, planejamento e divisão do dinheiro de forma divertida. Além disso, atividades manuais, como criar gráficos de metas ou incentivar a contagem de moedas e notas, são alternativas que estimulam o aprendizado financeiro de maneira sensorial e criativa. “Essas ferramentas funcionam porque tornam o aprendizado ativo e engajante, permitindo que a criança experimente a gestão de dinheiro de maneira direta, ao mesmo tempo que se diverte”, enfatiza Andressa.
Ensinar finanças de maneira prática e acessível desde cedo contribui para que a criança desenvolva uma relação saudável com o dinheiro, criando hábitos que irão acompanhá-la por toda a vida. “O segredo está em tornar o aprendizado envolvente e de fácil compreensão para cada faixa etária”, conclui Andressa Bergamo.
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Guilherme Hanna Adario
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