O empreendedorismo é um transformador social. Para mulheres, sobretudo, os impactos e desafios são ainda maiores. Aquelas que têm acesso à educação conseguem inúmeras ferramentas para aprimorar o próprio negócio e gerar mais renda. No entanto, essa não é a realidade da maioria.
Diante disso, são necessárias mais políticas públicas para impulsionar negócios femininos. Destaca-se ainda que o Brasil possui características e necessidades distintas em cada região, por isso é fundamental um olhar individual. De forma geral, algumas medidas podem ser adotadas por governos para que haja um ambiente mais inclusivo e favorável.
1. Programas de incentivo financeiro
Criar programas de financiamento específicos para mulheres empreendedoras, oferecendo subsídios, empréstimos com taxas de juros favoráveis e assistência para acessar capital de investimento contribuem de forma significativa para negócios liderados por mulheres, gerando crescimento econômico e desenvolvimento social.
2. Capacitação e educação
Programas de capacitação em empreendedorismo feminino, com palestras e mentorias envolvendo empresárias experientes, também fazem a diferença. Outra ação relevante é implementar iniciativas de conscientização e educação para mostrar desafios, obstáculos e oportunidades de mercado.
3. Rede de apoio
Estabelecer redes de apoio e comunidades que conectem mulheres empreendedoras também é um caminho para a troca de conhecimentos, experiências e recursos.
4. Iniciativas para conciliar trabalho e vida pessoal
É muito importante também desenvolver políticas de conciliação que apoiem mulheres empreendedoras, como licença-maternidade, creches no local de trabalho e horários flexíveis.
5. Políticas de licitação e contratação
Simplificar os processos de registro e licenciamento para empresas lideradas por mulheres pode ajudar a reduzir burocracias e custos de um negócio. Outra opção é reservar uma porcentagem dos contratos governamentais às companhias em pauta, incentivando a participação delas em licitações públicas e contratos de fornecimento.
6. Promoção da igualdade de gênero
Vale ainda oferecer incentivos fiscais e benefícios para empresas que promovam a igualdade de gênero e contratem mulheres em cargos de liderança.
Desafios no Brasil
Em comparação com outros países, em termos de conscientização e projetos de leis efetivos, o Brasil está atrás de nações mais desenvolvidas, como a Finlândia. Por lá, desde 2022, há uma nova política de licença para pais e mães. Eles têm os mesmos direitos sobre os cuidados dos recém-nascidos. Isso significa que ambos podem passar a licença parental em casa com os filhos com até 160 dias de folga remunerada.
Políticas como essa transformam uma cultura e reorganizam todo o padrão de vida de uma família, dando a mulher mais oportunidades de retorno ao mercado de trabalho e a chance de participar ativamente do crescimento e da educação dos filhos.
As mudanças ainda vão muito além. Padrões antigos, mentalidade conservadora e falta de visão ainda prevalecem e são enormes impeditivos para o avanço do empreendedorismo feminino em terras brasileiras. Diálogo e letramento são essenciais para crescer e impulsionar mulheres que estão à frente de negócios. É necessário atingir um grande volume de pessoas para dar início a uma mudança real no país.
*Carolina Gilberti é CEO da Mubius Womentech Ventures, a primeira WomenTech do Brasil. - E-mail: mubiusventures@nbpress.com.br.
Sobre a Mubius WomenTech Ventures
Parte da FCJ Venture Builder, a maior venture builder da América Latina em expansão, a Mubius WomenTech Ventures é a primeira WomenTech do Brasil. Com metodologia própria e validada no mercado de startups, a marca busca investir em lideranças femininas por acreditar que se trata de um novo olhar e de uma nova forma de se relacionar e de fazer negócios. Para mais informações, acesse: https://mubius.ventures/.