Fevereiro Laranja é o mês dedicado à conscientização sobre a leucemia, um tipo de câncer que afeta a medula óssea e compromete a produção das células do sangue. É importante fazer um alerta para a população com o aumento dos casos de dengue no Brasil, de acordo com o médico patologista Carlos Aburad e o dentista Arlindo Aburad, doutor em Patologia Bucal pela USP (Universidade de São Paulo). Segundo eles, ambas as doenças podem apresentar sintomas semelhantes, como febre, manchas pelo corpo, fadiga, sangramentos na gengiva e fraqueza. A confusão no diagnóstico pode atrasar o início do tratamento da leucemia.
O médico patologista Carlos Aburad ressalta que a leucemia ocupa a décima posição entre os cânceres mais frequentes no Brasil, com 11.540 novos casos estimados por ano entre 2023 e 2025, segundo o INCA. “Há pacientes que passam dias ou semanas acreditando que estão com dengue, mas é leucemia. Isso acontece porque os sintomas iniciais podem ser muito parecidos”, explica.
Casos como o de uma jovem de 29 anos, em Campo Grande (MS), mostram esse risco. Inicialmente diagnosticada com dengue hemorrágica, ela só descobriu a leucemia após vários exames, que revelaram que 93% da medula óssea já estava comprometida.
“Isso mostra a importância de um olhar atento por parte dos médicos e da população. Se os sintomas persistirem ou se agravarem, exames mais aprofundados são fundamentais”, alerta Carlos Aburad. O patologista bucal Arlindo Aburad chama atenção para casos de sangramentos na gengiva – algo comum tanto em pacientes com dengue hemorrágica quanto naqueles que estão com leucemia.
A leucemia pode se manifestar de diferentes formas. Nas leucemias agudas, os sintomas são súbitos e intensos, exigindo tratamento imediato, geralmente com quimioterapia, imunoterapia e transplante de medula óssea. Já nas leucemias crônicas, o avanço da doença pode ser mais lento, sendo muitas vezes identificada em exames de rotina.
Diante desse cenário, a campanha Fevereiro Laranja reforça a necessidade de diagnóstico precoce e do incentivo à doação de medula óssea, essencial para muitos pacientes. “A conscientização pode salvar vidas”, reforça Carlos Aburad.
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DÉBORA PINHO DE ALENCAR LIMA
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