São Paulo, setembro 2024 – Nos últimos anos presenciamos o crescimento de mais empresas empenhadas em transformar seus negócios em “ecológicos” ou “sustentáveis”. Porém, o que acontece quando essa transformação é apenas uma fachada que esconde práticas antiéticas e até prejudiciais ao meio ambiente? É aqui que entra em jogo o conceito de greenwashing, uma tática enganosa que busca capitalizar a crescente preocupação com o planeta enquanto desvia a atenção das verdadeiras práticas de negócios.
“Este fenômeno pode não só afetar a reputação das empresas envolvidas, mas também minar a confiança do público e desviar a atenção dos esforços genuínos em prol da sustentabilidade. Portanto, é crucial que as empresas o evitem e promovam práticas de segurança e comunicação honesta”, comenta Samantha Rodríguez, Gerente Sênior de Sustentabilidade Latam da CHEP, empresa global de logística sustentável e soluções para transformar a cadeia de abastecimento.
Greenwashing no Brasil
Apesar de normas e códigos de proteção ao meio ambiente e ao consumidor, no Brasil não há legislação ou regulamentação com critérios mais concretos para a adoção e divulgação das práticas ESG. De acordo com um estudo elaborado pela agência de classificação de risco Bells & Bayes Rating Analytics 1, de 191 empresas analisadas e que são listadas no segmento de Novo Mercado da B3, 63% publicaram relatórios de sustentabilidade em 2022. No entanto, apenas 29% destas empresas tiveram seus dados auditados ou verificados externamente.
Para incentivar que mais empresas divulguem suas ações ESG, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) exigirá que as companhias listadas na Bolsa de Valores divulguem dados de sustentabilidade e clima a partir de 2026, em linha com os padrões estabelecidos pelo International Sustainability Standards Board (ISSB).
Ser “mais verde e menos washing” não é apenas uma estratégia de diferenciação, mas uma necessidade em um mercado onde os consumidores valorizam cada vez mais a sustentabilidade e esperam que as marcas ajam em conformidade. Por isso, manter a confiança do público torna-se essencial quando se considera que 70% dos consumidores acreditam que as marcas devem posicionar-se nas questões sociais, principalmente quando relacionadas com as alterações climáticas 2.
Medir ações sustentáveis: da intenção à certificação
O setor de transportes é o segundo que mais contribui para a geração de emissões de gases de efeito estufa com aproximadamente 14,2% do total de emissões 3, o que tem comprometido as empresas da cadeia de abastecimento no momento de implementar estratégias para redução das emissões.
Na era da informação, é vital que as empresas não apenas cumpram estas promessas, mas também o façam de forma transparente, onde as certificações são fundamentais para fornecer provas concretas destas práticas.
A CHEP, por exemplo, possui uma métrica interna chamada “Índice de Circularidade”, que mede o desempenho circular dos seus clientes, calculando as emissões de carbono derivadas de cada palete. “Metas baseadas na ciência garantem credibilidade, reduzindo as chances de greenwashing e riscos à reputação. Na CHEP, utilizamos ferramentas como Avaliações do Ciclo de Vida (ACV) e Circulytics para medir e demonstrar os benefícios ambientais das nossas práticas sustentáveis e regenerativas”, explica Samantha.
De acordo com a executiva, os clientes recebem um certificado que indica o quanto cada empresa evitou em emissões, resíduos e consumo de madeira proveniente do uso dos paletes da CHEP, que são feitos de madeira reutilizável.
A CHEP produziu um vídeo didático para explicar o que é o greenwashing e a necessidade das empresas aderirem práticas transparentes e assim contribuir genuinamente para um futuro mais sustentável para todos.
1ESG Disclosure Yearbook Brazil 2024
2 Trust Barometer
3 World Resources Institute
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ROBERTA SENA FELICIANO
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