O mercado cria uma expectativa muito grande em relação ao que o Jerome Powell vai falar e fica tentando interpretar cada vírgula, acento ou pausa, como se aquilo pudesse ter algum significado.
E se observarmos, nos últimos 20 meses, se não mais, a fala dele é sempre a mesma. Ele diz o seguinte, ‘os indicadores de inflação e emprego é que vão guiar as nossas decisões. E nós trabalhamos com dados’.
Desta forma, a cada micro oscilação desses indicadores se discute muito sobre o que vai ser feito em relação à taxa de juros. E, se a gente, novamente, observar, a taxa de juros só se movimentou muito quando existiram indicadores mais concretos e mais uma vez ele reforça isso. Powell é super cuidadoso no que fala.
Pouco importa o que o Powell diz; o que importa é como os indicadores vão se comportar. Esse é um ponto. O outro ponto é que, o que na verdade chama a atenção, é que enquanto praticamente todo o resto do mundo reduz juros, ou, na pior das hipóteses, mantém, o Brasil é uma das poucas, se não a única economia, que precisa subir juros.
E isso mostra, claramente, que tem algo errado com a nossa economia porque se o mundo inteiro está reduzindo e o Brasil está tendo que aumentar, algo não está sendo corretamente gerenciado no Brasil.
E, como esperado, o Banco Central, o BC optou pelo aumento e elevou a Selic a 14,25%.
Bruno Corano é economista da Corano Capital
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NEIDE LIMA MARTINGO PEREIRA
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