Fazer as melhores escolhas ao comprar lâmpadas pode fazer grande diferença não apenas no bolso – gastando menos na conta de energia elétrica para obter iluminação de alta qualidade. Isso também ajuda a preservar o meio ambiente e até a proteger a saúde pública, já que as lâmpadas de LED, as mais econômicas, eficientes e ambientalmente responsáveis do mercado, consomem até 90% menos energia do que as tradicionais e não possuem mercúrio, metal tóxico presente nas lâmpadas fluorescentes compactas (LFCs).
Foi para estimular decisões responsáveis e sustentáveis no segmento de iluminação que o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) lançou o Guia Prático de Compra de Lâmpadas, publicação disponível gratuitamente no site da entidade. O objetivo é orientar o consumidor a escolher as lâmpadas mais indicadas para a sua necessidade, sempre priorizando o menor consumo.
Para se ter uma ideia da economia proporcionada pelo LED, as melhores lâmpadas desse tipo, com eficiência luminosa de 210 lúmens a cada watt de potência consumido, são três vezes mais eficientes, em média, do que as LFCs – que podem emitir até 65 lúmens por watt. Já em relação às lâmpadas halógenas, a eficiência chega a ser 12 vezes maior.
Nesse contexto, estima-se que a transição para sistemas de iluminação mais eficientes energeticamente, como o LED, contribuirá para uma redução de 30% a 40% na demanda mundial de eletricidade até 2030. Além disso, o LED tem uma vida útil muito mais longa, consome bem menos energia elétrica, é mais seguro, não emite calor e é mais resistente à quebra.
Por conta dessas diferenças, trocar uma lâmpada tradicional pelo LED pode gerar uma economia de aproximadamente R$ 600 em um período de dez anos.
“Disseminar informações sobre os critérios para compra de lâmpadas mais eficientes é necessário por conta do impacto econômico e ambiental que essa escolha gera no cotidiano dos consumidores e no meio ambiente”, diz Priscila Arruda, analista de pesquisa do Programa de Energia do Idec.
Dicas econômicas e ambientais
As diferenças entre os produtos de iluminação podem ser identificadas pelo consumidor ao observar as etiquetas presentes nas embalagens. Em primeiro lugar, é importante procurar o selo do Inmetro, pois ele atesta que as lâmpadas passaram por testes de desempenho energético e segurança elétrica. Além disso, embora as etiquetas impressas sejam diferentes dependendo do tipo de lâmpada, é possível comparar as LFCs com o LED, já que ambas trazem informações sobre potência, fluxo luminoso e eficiência luminosa.
Um olhar atento, contudo, permite notar que esses dois modelos distintos podem possuir valores de fluxo luminoso semelhantes e potências diferentes – ou vice-versa. Em todos os casos, a lâmpada de LED é a que tem maior eficiência luminosa. O guia traz dois exemplos de comparações que apontam para isso. Em um deles, tanto a LFC quando o LED possuem fluxo luminoso de 810 lúmens, porém as potências são de 15 watts para a primeira e de apenas 8 watts para a segunda, respectivamente. Já no segundo caso, ambas têm potência de 9 watts, mas o fluxo luminoso é de 445 lúmens na LFC e de 810 lúmens no LED.
O guia do Idec também mostra que as lâmpadas de LED estão disponíveis em uma ampla variedade de cores e cada uma delas, diferenciadas por temperatura de cor, medida em Kelvin (A), atende a uma necessidade específica. As opções mais comuns disponíveis no mercado são: (1) luz branca quente (2700 K a 3000 K), que produz uma luz amarelada e aconchegante e é ideal para quartos e salas de estar, onde se busca criar uma atmosfera acolhedora; (2) luz branca neutra (3500 K a 4100 K), mais equilibrada e próxima da luz natural do dia, utilizada em áreas como cozinhas, escritórios e banheiros; e (3) luz branca fria (5000 K a 6500 K), mais intensa e semelhante à luz de um céu nublado, recomendada para garagens e áreas externas.
Ambiente regulatório
O guia também resgata as conclusões de um estudo recente feito pela Clasp, um programa global colaborativo de padrões de equipamentos e etiquetagem. A publicação aponta que a atual regulação brasileira falha em oferecer informações claras aos consumidores para comparar os produtos de iluminação, definir revisões periódicas e estabelecer níveis mínimos dos requisitos de eficiência energética para lâmpadas.
A partir desse estudo, o Idec sustenta que o Brasil estaria mais avançado na transição sustentável do mercado de iluminação se a regulação do setor fosse aprimorada para favorecer essa mudança. “Essas recomendações ajudariam a retirar do mercado os produtos que demandam maior consumo de energia, fazendo com que o país intensifique a transição para o LED e avance ainda mais na eficiência energética das tecnologias de iluminação”, afirma Arruda, do Idec.
Outra proposta do estudo é a aplicação de uma mesma regulamentação de etiquetagem a todos os produtos de iluminação, com faixas de classificação padronizadas que permitem uma comparação mais clara entre os níveis de consumo energético de cada produto. Além disso, seria importante que o programa de etiquetagem aplicado ao segmento fosse reavaliado a cada dois anos, visando verificar de forma recorrente a eventual necessidade de revisão dos níveis exigidos de eficiência energética e luminosa.
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