Por Mauricio Harger, presidente da Vedacit
A indústria brasileira desempenha um papel vital na economia do país, contribuindo significativamente para o Produto Interno Bruto (PIB), geração de empregos e inovação tecnológica. No acumulado do ano até agosto de 2024, a produção industrial brasileira cresceu 3% em relação ao mesmo período de 2023. Este crescimento na produção foi observado em quatro grandes categorias econômicas e em 18 das 25 atividades industriais pesquisadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Entre eles, está o setor da construção civil, que deve crescer este ano mais do que o previsto anteriormente, após uma queda de 0,5% no ano passado, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). A entidade revisou para cima sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil em 2024 de expansão de 1,3% para avanço de 2,3%. No segundo trimestre do ano, o crescimento foi de 4,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Outro indicador relevante, a ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) revisou a previsão de crescimento para o setor em 2024, com base em dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A expectativa de expansão passa de 3% para 4,5% em relação a 2023.
Entre as razões, disse a CBIC, estão a alta contínua das contratações, a expectativa positiva das empresas para compras e lançamentos e a projeção positiva para o crescimento da economia brasileira no ano, além dos efeitos das adequações previstas para o programa Minha Casa, Minha Vida.
Apesar do crescimento observado, operar no mercado brasileiro ainda apresenta desafios significativos. A competitividade e as peculiaridades regionais exigem um profundo conhecimento das particularidades locais, que vão desde o clima até normas regulatórias específicas.
Somos 27 pequenos países, com leis nacionais, estaduais e municipais que impactam no cotidiano das empresas. Levamos agora 20 dias para abrir uma empresa, mas no passado chegamos a 180 dias de espera. O sistema de tributação entre estados no Brasil, centrado no ICMS, é um dos mais complexos do mundo, resultando em altos custos de compliance e ineficiências para empresas.
Temos quatro fusos horários, território nos dois hemisférios e uma grande diversidade climática. Desta forma, entender esses regionalismos permite uma adaptação mais eficiente às necessidades locais. Produtos desenvolvidos pensando no clima tropical e nas diversas condições de solo, por exemplo, garantem maior durabilidade e eficiência. Esse entendimento promove a utilização de materiais e técnicas que respeitam o meio ambiente e as características culturais de cada região, tornando as construções mais sustentáveis e integradas ao seu entorno.
Outro diferencial é a questão logística. O conhecimento geográfico do país permite às empresas nacionais implantarem seus centros de distribuição em locais estratégicos, reduzindo os prazos de entrega e custos para os clientes. Além disso, a flexibilidade na produção e a capacidade de resposta rápida às demandas do mercado tornam a empresa nacional mais atrativa.
Essa eficiência logística, aliada ao investimento contínuo em inovação, permite que empresas nacionais desenvolvam soluções tecnológicas de ponta, como novos materiais e métodos construtivos que aumentam a durabilidade e eficiência das obras.
Um terceiro diferencial é o compromisso com a comunidade. Empresas nacionais frequentemente investem em programas de responsabilidade social, capacitação de mão de obra local e projetos que visam melhorar a infraestrutura e a qualidade de vida das comunidades onde atuam.
Por fim, a indústria nacional possui uma agilidade única para se adaptar às mudanças econômicas e regulatórias do Brasil. Essa capacidade de resposta rápida garante a sustentabilidade dos negócios e a continuidade dos projetos, mesmo em cenários de incerteza. Vimos isso acontecer em diversas ocasiões.
A escolha é sempre do cliente, mas ao comprar de uma indústria nacional ele contribuirá diretamente para a economia local, gerando empregos e incentivando o desenvolvimento econômico do país. Esse impacto positivo se estende às comunidades, promovendo um ciclo virtuoso de crescimento e prosperidade.
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PAULA FEREZIN MARTINS
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