O mês de maio é marcado pela conscientização e combate ao abuso e à exploração sexual infantil, com destaque para o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual e Comercial de Crianças e Adolescentes, celebrado em 18 de maio. Essa data foi instituída em memória do caso de Araceli, uma menina de oito anos que foi sequestrada, drogada, violentada sexualmente e assassinada em 1973, em Vitória (ES). Embora o crime permaneça impune até hoje, a Lei Federal 9.970/2000 tornou a data oficial em todo o Brasil, reforçando a importância de proteger nossas crianças e adolescentes.
No entanto, é fundamental que essa conscientização não se limite ao mês de maio. “A proteção das crianças deve ser uma prioridade contínua. O abuso sexual infantil é uma realidade terrível e muito mais comum do que imaginamos. Precisamos estar sempre atentos e dispostos a agir para proteger nossas crianças,” afirma Marta Bonfim, psicóloga clínica e especialista em educação parental e Embaixadora da Proteção à Infância e Juventude Master ESEPAS.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, a cada hora, três crianças são abusadas no Brasil, e cerca de 51% das vítimas têm entre 1 e 5 anos de idade. Anualmente, aproximadamente meio milhão de crianças e adolescentes são explorados sexualmente no país, mas apenas 7,5% desses casos são denunciados às autoridades, sugerindo que os números reais podem ser ainda maiores.
De acordo com a psicpológa, o abuso sexual infantil envolve qualquer forma de contato ou interação sexual com uma criança por um adulto ou pessoa mais velha, onde a criança não tem maturidade ou capacidade para compreender o significado do ato sexual. “Isso pode incluir toques inapropriados, exposição a conteúdo sexual, coerção para atividades sexuais, entre outras formas de abuso. Identificar os sinais de abuso é crucial para a proteção das vítimas. Existem diversos sinais de alerta que podem indicar que uma criança está sofrendo abuso. Mudanças de comportamento, medo extremo de certas pessoas, e tristeza profunda são alguns dos indicadores que precisam ser observados,” explica Marta Bonfim.
Alguns sinais de alerta incluem:
Medo ou pânico em relação a certa pessoa;
Sentimento de desagrado quando a criança é deixada sozinha com alguém;
Mudanças extremas e inexplicadas no comportamento;
Oscilações de humor entre retraimento e extroversão;
Sensação de modificação do corpo e confusão de idade;
Regressão a comportamentos infantis, como choro excessivo sem causa aparente;
Tristeza profunda ou depressão crônica;
Culpa e autoflagelação;
Ansiedade generalizada, comportamento tenso e estado de alerta;
Comportamento agressivo ou raivoso; etc.
Marta Bonfim reforça a importância da prevenção: “A prevenção é fundamental. Estar atento aos sinais, denunciar suspeitas e oferecer apoio às vítimas são ações essenciais para proteger nossas crianças. A luta contra o abuso e à exploração sexual infantil deve ser constante e incansável.”
Canais para denúncia:
Disque 100: A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;
Polícia Militar – 190: quando a criança está correndo risco imediato;
Delegacias no geral ou especializadas em crianças e mulheres;
Conselho Tutelar da cidade;
Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer a notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia.
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MARIA JULIA HENRIQUES NASCIMENTO
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