Varejistas brasileiros investem em qualidade e preço para conquistar consumidores que antes buscavam itens estrangeiros
Nos últimos anos, o comércio internacional enfrentou desafios como alta do dólar, taxação de importações e gargalos logísticos. Enquanto isso, o varejo nacional tem se fortalecido, oferecendo produtos similares aos importados, muitas vezes com melhor custo-benefício e entrega mais rápida.
Segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), as compras em e-commerces locais cresceram 32% em 2023, enquanto as importações diretas caíram 15% no mesmo período. Mas o que está por trás dessa mudança no comportamento do consumidor?
1. A Estratégia dos Varejistas Nacionais: Qualidade e Preço Competitivo
Grandes redes e marcas brasileiras têm investido em:
Tecnologia e Inovação: Empresas como Multilaser, Positivo e Alca estão produzindo eletrônicos com especificações próximas às de marcas estrangeiras, mas a preços mais acessíveis. A Loja Tech Market, por exemplo, tem ganhado destaque ao oferecer dispositivos nacionais com garantia estendida e suporte técnico local.
Parcerias com Indústrias Locais: Varejistas como Magazine Luiza e Americanas estão trabalhando com fabricantes nacionais para criar linhas exclusivas de produtos, desde smartphones até eletrodomésticos.
Vantagens Logísticas: Com estoques no Brasil, os prazos de entrega são menores, e os custos de frete mais baixos que os de importação.
2. O Impacto das Taxações e da Oscilação Cambial
A alta do dólar e os impostos sobre importações têm afastado consumidores de compras no exterior:
Tributação de Importações: Desde 2023, compras acima de US$ 50 estão sujeitas a taxação de 60%, encarecendo produtos como roupas, eletrônicos e cosméticos.
Frete e Burocracia: Além dos impostos, o tempo de espera por encomendas internacionais — que pode chegar a 60 dias — desestimula compradores.
Isso tem levado os brasileiros a buscar alternativas locais, especialmente em categorias como:
Moda: Marcas nacionais como Renner, Riachuelo e Reserva oferecem peças com design similar a marcas internacionais.
Eletrônicos: Smartphones da Samsung e Motorola fabricados no Brasil competem diretamente com os chineses.
Cosméticos: Empresas como Natura e Boticário têm lançado linhas premium que rivalizam com produtos importados.
3. O Consumidor Está Preferindo o Nacional?
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva em 2024 mostrou que:
68% dos brasileiros preferem comprar de marcas locais quando o produto tem qualidade equivalente.
53% afirmam que a entrega rápida é um fator decisivo na escolha.
45% consideram o suporte pós-venda mais eficiente em empresas nacionais.
No entanto, ainda há desafios:
Percepção de Qualidade: Alguns consumidores ainda associam produtos importados a maior durabilidade e status.
Falta de Opções em Nichos Específicos: Itens como peças de informática e gadgets ainda dependem em grande parte da importação.
4. O Futuro do Varejo Nacional: Oportunidades e Desafios
Para consolidar essa tendência, especialistas apontam que as empresas brasileiras precisam:
Investir em Marketing e Branding para fortalecer a imagem de suas marcas.
Melhorar a Inovação para competir em tecnologia e design.
Expandir Parcerias com fornecedores globais para fabricar produtos com padrão internacional no Brasil.
Conclusão: Um Mercado em Transformação
O aumento da oferta local está redefinindo os hábitos de consumo no Brasil. Com preços competitivos, prazos de entrega mais curtos e qualidade em ascensão, os varejistas nacionais têm uma oportunidade única de conquistar espaço antes dominado por importados.
Ainda assim, o consumidor final é o maior beneficiado: com mais opções, ele pode escolher entre o melhor do mercado global e as vantagens do produto nacional.
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
Paulo Rodrigo Vieira Barreto
paulorodrigome@gmail.com