Muitos conhecem a obra de Antônio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, parceria que começou em 1956, quando Vinicius procurava um músico para fazer as canções da sua peça teatral “Orfeu da Conceição” e que, segundo o poeta, resultou não “apenas uma parceria, mas uma amizade que hoje sinto de grande importância para nós ambos”. Expressas em crônicas e cartas, a amizade da dupla foi fundamental para o surgimento da Bossa Nova, com uma união que renderia mais de 44 composições.
Porém, poucos conhecem a obra “Brasília: Sinfonia da Alvorada”, poema sinfônico criado em 1959, a pedido de Juscelino Kubitschek para celebrar a inauguração de Brasília e que faria parte de um espetáculo de luz e som para a ocasião. Essa lacuna poderá ser preenchida em 13 de julho, em uma apresentação na Casa da Ópera de Ouro Preto, o mais antigo teatro em funcionamento da América Latina, na abertura do III Festival Arte & Movimento da Escola Saramenha de Artes e Ofícios, com entrada gratuita.
Para criar o poema sinfônico, Tom e Vinicius ficaram hospedados no Catetinho, a residência oficial da presidência, trabalhando na mesma sala onde JK assinou os primeiros atos na capital, onde foi instalado um piano para que pudessem se dedicar ao processo criativo de capturar a essência da nova cidade, “erguida em plena solidão do descampado” do Planalto Central do Brasil.
No entanto, a obra não chegou a ser apresentada na inauguração de Brasília, em 21 de abril de 1960, e foi lançada em disco, em fevereiro de 1961, com regência de Tom e com o próprio Vinicius recitando o texto, Radamés Gnattali ao piano e o Coro de Câmara Dante Martinez, comandado por Roberto de Regina. A estreia oficial da peça só ocorreu em 1986, seis anos após a morte de Vinicius, na Praça dos Três Poderes, com Alceu Bocchino regendo a orquestra, Susana Moraes, filha de Vinicius, fazendo a leitura e, novamente, com a presença do maestro e compositor Radamés Gnattali.
A versão que será apresentada no palco da Casa da Ópera de Ouro Preto, original para hepteto e voz, contará com músicos da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e é uma homenagem a JK nos 122 anos de seu nascimento e 48 de sua morte e, segundo seu diretor Paulo Rogério Lage, “marca a celebração de um tempo em que o presidente do Brasil se unia ao que havia de melhor na música, na literatura e arquitetura do país”.
Além da direção de Paulo Rogério, o espetáculo tem produção de Cristiano Ayres Figueiredo e produção executiva de Sérgio Oliveira do Amaral. A produção musical e regência é de Robson Fonseca e os arranjos de Waltson Tanaka. O recitativo está a cargo do ator Jonas Bloch e as músicas são interpretadas por Aymi Shigeta no piano, Jovana Trifunovic no violino, Katarzyina Druzd na viola, Lucas Barros no violoncelo, Renata Xavier na flauta, Wagner Mayer no trombone e Fábio Ogata na trompa. A cenografia é de Tati Trópia, a iluminação de Pedro Pederneiras, o som de Wellington Paim e a gerência do projeto de Sérgio Rafael do Carmo.
A realização é da Palco Marketing Cultural, com produção da Escola Saramenha de Artes e Ofícios e Fundação Ayres Lage. Apoio: Mate Couro, Prefeitura de Ouro Preto e Residencial Vila Rica.
Serviço:
III Festival Arte & Movimento – de 13 a 20/07/24
“Brasília: Sinfonia da Alvorada”
Data: 13 de julho
Horário: 20h
Local: Casa da Ópera de Ouro Preto – R. Brg. Musqueira, 104 – Ouro Preto, MG
Ingressos: Gratuitos, por ordem de chegada
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ALISSON SCHAFASCHECK
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