Eles são fofos, mas podem arranhar. São sociáveis, mas desconfiados por natureza. São extremamente amigáveis, afetivos, brincalhões, independentes, curiosos e às vezes teimosos. Com tantas características e particularidades, os gatos caíram no gosto dos brasileiros.
Segundo levantamento de 2023 feito pelo Instituto Pet Brasil, os gatos foram a espécie que mais cresceu em número de lares nacionais (+5,4%), passando de 29,2 milhões para 30,8 milhões de felinos. Em seguida estão as aves ornamentais (+3,0%), de 41,6 milhões para 42,8 milhões. Os cães aparecem na terceira posição (+2,8%) e passaram de 60,5 milhões para 62,2 milhões. Com isso, o Brasil já soma 160,9 milhões de animais de estimação.
Cuidados para a boa convivência
Além de exercer influência positiva para as crianças, os gatos ajudam a aliviar o estresse e melhoram a saúde dos tutores. Mas para que a convivência seja harmoniosa tanto para os humanos, quanto para o animal, é preciso tomar alguns cuidados.
“Ter um gato em casa exige atenção para garantir o bem-estar do animal. Espaço adequado é fundamental. Mesmo que se adaptem a ambientes pequenos, é importante que tenham áreas para explorar, brincar e descansar”, explica o professor do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Integrado de Campo Mourão (PR), Bernardo dos Anjos Borba.
Para facilitar o convívio, esclarecer as principais dúvidas sobre uma tutela responsável e ainda celebrar o Dia Mundial do Gato (17/02), confira as dez recomendações do médico veterinário:
1) Quais são os cuidados para quem deseja ter um gato em casa?
A casa deve ser preparada para que o animal se sinta bem e tenha boa qualidade de vida. Ofereça brinquedos interativos, arranhadores e bolinhas para mantê-los estimulados, para que desgastem as unhas e não estraguem os móveis.
Os gatos adoram esconderijos, caixas, túneis e tocas onde possam se sentir seguros. Remova itens perigosos e guarde objetos pequenos que possam ser engolidos como elásticos, fios e agulhas. Nunca deixe produtos de limpeza ou medicamentos ao alcance. Evite plantas tóxicas para os gatos, como lírios, azaleias, costela-de-adão e comigo-ninguém-pode.
Coloque telas nas janelas e sacadas, pois eles são curiosos e podem cair ou fugir. Lembre-se de que os gatos gostam de escalar e observar o ambiente de cima. Lave os potes de comida com frequência, mantenha o ambiente limpo e forneça alimentação balanceada e adequada para a idade e condição do gato (filhote, adulto ou idoso). Ofereça água limpa e fresca.
2) Qual é a importância de levar o gato a um veterinário, antes de trazê-lo para casa?
Isso é essencial para garantir a saúde do animal e prevenir problemas futuros, tanto para o gato quanto para o ambiente e outros pets que possam estar na casa. O veterinário pode identificar doenças ou condições pré-existentes e recomendar o melhor tratamento de saúde.
3) Quais são os benefícios aos tutores em ter um gato em casa? E para o animal, quais são esses benefícios?
Os gatos são ótimos companheiros e trazem benefícios nos aspectos emocional, físico e social. Eles ajudam a reduzir o estresse, a ansiedade. Estudos indicam que tutores de gatos têm menor risco de desenvolver doenças cardiovasculares.
4) Que valor financeiro é necessário para cuidar e tratar de um gato em casa?
O custo anual pode variar dependendo de fatores como o tamanho, a idade do gato, a região onde você mora e as suas escolhas de produtos e serviços. Mas considere que entre petiscos, alimentos úmidos e ração premium, os valores anuais cheguem a R$ 1.300 por animal.
Em relação à saúde, considere entre R$ 200 a R$ 800 para castração; R$ 150 a R$ 400 para vacinas; de R$ 300 a R$ 600 para vermífugos e antipulgas; de R$ 300 a R$ 1.000 para consultas veterinárias de rotina e de R$ R$ 200 a R$ 500 para check-ups anuais.
5) Qual é a expectativa de vida de um gato?
Também varia dependendo de fatores como estilo de vida, cuidados de saúde e genética. Gatos domésticos (que vivem dentro de casa) geralmente vivem de 12 a 18 anos. Alguns podem viver até 20 anos ou mais.
Gatos de vida livre (que vivem na rua ou em ambientes externos) têm uma expectativa de vida menor: de 3 a 8 anos, pois eles ficam expostos a doenças, risco de acidentes (atropelamentos, brigas com outros animais), falta de acesso a alimentação regular e abrigo seguro.
6) Quantas vezes por ano os tutores devem levar o gato a um médico veterinário?
Filhotes devem ir ao médico veterinário com frequência nos primeiros meses de vida. Quando se tornam adultos e saudáveis, podem ir uma vez por ano para fazer um check up geral.
Se os bichanos forem idosos ou tiverem doenças crônicas, as consultas devem ser semestrais ou de acordo com a indicação do veterinário.
7) Quais são as doenças mais comuns nos gatos?
A Rinotraqueíte felina (gripe dos gatos) é muito comum. Ela é causada por um vírus. Os sintomas são espirros, secreção nasal e ocular, febre, falta de apetite. A transmissão ocorre entre gatos (não é contagiosa para humanos) e a prevenção é feita por vacinação.
A Panleucopenia felina (parvovirose) é outra doença comum. Também causada por vírus, ela tem como sintomas a diarreia severa, vômitos, febre e desidratação. A transmissão é por contato com fezes ou secreções infectadas (não transmissível a humanos) e deve ser tratada com vacinação.
Outra enfermidade que atinge os gatos é o Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV) – AIDS felina, causada por um retrovírus. Os sintomas envolvem perda de peso, infecções recorrentes e baixa imunidade. A transmissão é por contato com sangue e saliva de animais infectados, por brigas, acasalamento ou da mãe para o filhote (não contagiosa para humanos) e a prevenção é por castração, testes regulares de saúde na clínica ou hospital veterinário.
Outra conhecida é a Toxoplasmose, que é causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. Geralmente assintomática, mas em alguns casos pode causar febre, letargia e diarreia. Essa doença é transmitida aos humanos por ingestão de alimentos ou água contaminados com toxoplasma. A prevenção deve ser feita com a higiene da caixa de areia, o cozimento de alimentos e evitar carne crua para o gato.
8) Pode dar banho toda semana nos gatos?
Em geral, um gato saudável que vive dentro de casa não precisa de banho regular. No máximo, um banho a cada 2 ou 3 meses e com produtos específicos. Dar banho semanalmente não é recomendado, pois causa estresse no animal e prejudica sua saúde. Gatos são animais muito higiênicos por natureza e realizam sua própria limpeza diariamente, lambendo-se de forma eficiente.
9) É importante ter um momento do dia para “passear com o gato”?
Não é obrigatório. Diferentemente dos cães, os gatos não precisam sair para passear diariamente, pois conseguem gastar energia, explorar e se divertir dentro de casa, especialmente em um ambiente adequado.
Passeios ao ar livre, quando bem planejados, podem oferecer estímulos visuais, sonoros e olfativos que enriquecem a vida do gato e ajudam a reduzir o tédio. Para isso, use guia e peitoral, acostume-o gradualmente ao uso do peitoral dentro de casa antes de levá-lo para o ambiente externo.
Outra recomendação é evitar locais barulhentos ou com muitos cães, pois podem causar estresse ou sensação de insegurança no gato. Nunca force o animal a sair se ele parecer desconfortável.
10) Reunir vários gatos em um mesmo ambiente pode gerar estresse e dificuldades de relacionamento entre eles?
Sim, pois os gatos são animais territorialistas e geralmente precisam de tempo para se acostumar com a presença de outros gatos no mesmo espaço. A introdução de outro gato pode ser percebida como uma invasão e disputa por alimentos.
Vá com calma, deixe-os em espaços separados no início e permita que eles se acostumem ao cheiro um do outro antes do contato físico. Multiplique os recursos para evitar disputas de comida, água ou locais de descanso.
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