Retirada de costela: técnica que afina a cintura com fratura do osso é liberada pelo CRM, mas ainda divide opiniões entre os profissionais da saúde
A procura pelo corpo perfeito coloca o Brasil entre os países líderes em número de cirurgias plásticas. Estimativas indicam que mais de 2 milhões de procedimentos cirúrgicos são realizados por ano, conforme dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Entre as principais intervenções estão lipoaspiração, implante mamário e abdominoplastia. As mulheres representam aproximadamente 70% desses pacientes.
O desejo de deixar a cintura mais fina tem levado algumas mulheres a recorrerem a uma técnica que gera discussões entre médicos. O remodelamento costal promete uma redução de até 12 centímetros, com a retirada da última costela e uso de espartilhos. Mas os especialistas ainda analisam os riscos deste tipo de cirurgia. A fratura em uma importante estrutura óssea pode ocasionar depressões locais com perda de sensibilidade ou, em casos mais graves, a perfuração do pulmão.
No mês de abril, reunião entre Conselho Regional de Medicina (CRM) e Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) determinou a suspensão de uma resolução que limitava a cirurgia. “Até então, por apontamento do próprio CRM, a retirada da costela precisava seguir todos os trâmites de uma cirurgia de caráter experimental, ou seja, tinha que ser aprovada pelo comitê de ética de cada hospital, não podia ser remunerada, o paciente precisava assinar um termo de consentimento e a finalidade era apenas de estudo”, explica o cirurgião plástico Eugênio Gonzalez Cação.
Agora, com essa nova liberação do CRM, ela pode ser realizada para fins estéticos: “mas os procedimentos são observados de perto, até que se tenha um número grande de pacientes sem complicações e a técnica seja comprovadamente segura”, acrescenta o cirurgião.
As costelas servem para proteger órgãos como coração e pulmões e auxiliam na respiração ao formar a caixa torácica. Antes de optar por intervenções nessa parte do corpo, é preciso estudar cada paciente individualmente e analisar se outros procedimentos, menos invasivos podem garantir os resultados desejados. “As lipoaspirações têm sido eficazes para o remodelamento. Quem pensa em passar por qualquer procedimento estético precisa ser informado sobre os benefícios e riscos de cada cirurgia, além de procurar um profissional que seja membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica”, finaliza Eugênio Cação.
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Dr. Eugênio Gonzalez Cação é médico com especialização em cirurgia geral e cirurgia plástica. Há mais de 30 anos atende pacientes particulares e pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É especialista e titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e diretor científico do Serviço de Cirurgia Plástica Dr. Osvaldo Ribeiro Saldanha.
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FABIANA KUHL ABDULLATIF
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