A depressão é uma condição de saúde mental que afeta milhões de pessoas, causando impactos significativos na qualidade de vida e no bem-estar emocional. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 264 milhões de pessoas sofrem de depressão globalmente, e essa condição está frequentemente associada a uma diminuição da autoestima e do autocuidado.
Pesquisas indicam que a depressão pode levar a um ciclo vicioso. A falta de cuidado pessoal agrava os sintomas, criando um efeito cascata que prejudica ainda mais a saúde mental. Nesse contexto, os procedimentos estéticos têm emergido como uma alternativa viável para ajudar na recuperação emocional e na autoimagem de pacientes.
A Dra. Tatiana Fioroti, especialista em harmonização orofacial, fala que atender pacientes com depressão é uma vivência comum dentro dos consultórios, porém, é necessário que se observe dois pontos. “O paciente sempre está focado nos defeitos, nós temos o papel importante na reconstrução da sua autoestima. Acolher e se colocar à disposição para ouvi-lo, exaltar seus pontos de beleza natural é o primeiro passo. O segundo, é não indicar nada que vá modificar sua aparência a tal ponto, que ele não se reconheça mais, o tratamento precisa ser bem natural e gradativo, aconselha a especialista.
Benefícios dos Procedimentos Estéticos
Os cuidados estéticos não apenas promovem melhorias na aparência física, mas também têm um impacto positivo significativo na autoestima e no equilíbrio emocional dos indivíduos. Esses tratamentos podem ajudar a ressaltar traços naturais e promover um resgate do amor próprio, contribuindo para uma reaproximação com a própria identidade.
A fonoaudióloga Silvia Lima, de 44 anos, após desenvolver um sintoma de depressão considerado por especialista, moderado, teve sua vida afetada por vários meses, até chegar ao ponto de reconhecer que precisava de ajuda profissional. “Eu sempre busquei fazer coisas que me davam prazer como atividade física, cuidado com unhas e cabelos, mas, quando cheguei numa crise [por conta do trabalho], eu não tinha vontade de fazer nada”, conta.
Além do tratamento com psicólogo e o apoio da família, uma das iniciativas tomadas pela fonoaudióloga para ajudar na recuperação, foi a realização de um projeto antigo na área da estética facial. Ela conta que a decisão não foi fácil, porém, após a realização, o resultado valeu a pena.
“Eu sempre fui uma pessoa vaidosa, mas naquele momento eu não conseguia nem me olhar no espelho. Então, eu percebi a necessidade de me cuidar e aumentar minha autoestima de alguma forma, foi aí que eu fiz o preenchimento labial e coloquei o botox. Eu precisava sair de casa e o tratamento estético facial virou um propósito gostoso e satisfatório”, relata Sílvia.
Estudos sobre a relação da estética e a melhora na depressão
Um estudo publicado na revista científica Brazilian Journal of Health Review, em 2023, revela que a toxina botulínica tipo A, dentro de seus efeitos, não é somente uma forma de amenizar rugas, mas também, “pode ser um tratamento terapêutico eficaz para depressão e outras desordens psiquiátricas, haja vista que possui efeitos colaterais pouco relevantes em comparação a outros antidepressivo”, aponta.
Outras pesquisas também demonstram que a satisfação do paciente com sua aparência melhora após procedimentos minimamente invasivos. Entre elas está o estudo sobre o “Impacto dos Procedimentos Estéticos Minimamente Invasivos nas Dimensões Psicológica e Social da Saúde”, de 2023, na qual se verificou que “um dos principais motivos para solicitar o tratamento foi melhorar o bem-estar físico e psicossocial. O desejo por melhora estética era apenas um pequeno componente de sua motivação”, avalia o estudo.
Antes de se submeter a qualquer tratamento, os profissionais da saúde estética costumam aconselhar seus pacientes com algumas orientações. “É muito importante um alinhamento de expectativas, pois da mesma forma que pacientes podem melhorar substancialmente com os tratamentos, podem ocorrer exageros por ambas as partes, podendo causar um impacto negativo nos resultados”, alerta Dra Tatiana.
Dicas para pacientes antes de iniciar um tratamento
Avaliação Realista: Compreender suas expectativas em relação ao procedimento e discutir quais resultados são realmente alcançáveis.
Autocuidado Prévio: Estabelecer uma rotina de autocuidado que inclua hábitos saudáveis como alimentação balanceada e exercícios físicos.
Consulta Profunda: Realizar uma consulta detalhada para discutir preocupações emocionais e físicas antes do tratamento. Pesquisar e tirar todas as dúvidas sobre o produto que vai ser consumido.
Apoio Emocional: Buscar apoio de amigos ou familiares durante o processo para garantir uma rede de suporte.
Paciência com Resultados: Entender que mudanças na autoestima e na percepção pessoal podem levar tempo e requerem adaptação.
Essas orientações não apenas ajudam a maximizar os benefícios dos tratamentos estéticos, mas também promovem um estado mental mais saudável, contribuindo para a recuperação emocional dos pacientes em tratamento para depressão.
É importante frisar que o paciente tem todo o direito de tirar as dúvidas sobre o produto que vai ser ministrado, tempo de retorno do tratamento, avaliar a conduta e verificar a formação do profissional, para que o resultado atenda a expectativa alinhada.
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MARIA REJANE GUIMARAES E SILVA
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