Na Semana Mundial da Imunização, comemorada entre os dias 24 e 30 de abril, especialistas reforçam a importância das vacinas na prevenção de doenças graves e evitáveis. No Brasil, após um período preocupante, com declínio na cobertura vacinal há pelo menos sete anos, o país avançou de forma expressiva na cobertura vacinal da população, especialmente entre o público infantil.
Dados do Ministério da Saúde mostram que houve um aumento significativo no número de municípios que atingiram a meta de 95% de imunização para vacinas essenciais do calendário infantil. A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, exemplifica esse progresso: em 2024, 2.408 municípios alcançaram a meta da segunda dose, um salto de mais de 180% em relação aos 855 municípios registrados em 2022. A cobertura da primeira dose também cresceu 55,7% no período, passando de 2.485 para 3.870 cidades.
A imunização contra a poliomielite, por meio da Vacina Oral Poliomielite (VOP), também registrou avanços, com o número de municípios que atingiram a meta subindo de 1.466 em 2022 para 2.825 em 2024 — um aumento de quase 93%. Ao todo, 15 das 16 vacinas recomendadas para crianças tiveram crescimento na cobertura em 2024, evidenciando a retomada do compromisso nacional com a vacinação.
A infectologista Dra. Andréia Maruzo, do São Cristóvão Saúde, aponta a desinformação como o principal obstáculo para a confiança na vacinação. “O maior desafio é o combate às fake news. Com o amplo acesso às redes sociais, informações falsas são disseminadas com falas negativas e incorretas sobre as vacinas, o que afasta a população do ato de vacinar-se”, afirma a médica.
Além disso, a falta de divulgação e de orientação adequada também contribui para uma baixa adesão. “É preciso conscientizar não só o indivíduo, mas também o profissional de saúde, que deveria orientar e encaminhar seus pacientes para a vacinação”, complementa.
Vacinas para todas as idades
O Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, oferece gratuitamente mais de 20 vacinas para diferentes faixas etárias, desde recém-nascidos até idosos. Para bebês e crianças, imunizantes como BCG, hepatite B, pentavalente, poliomielite, tríplice viral e rotavírus são essenciais. Adolescentes e adultos devem manter em dia vacinas como HPV, meningocócica ACWY, hepatite B e febre amarela. Já os idosos precisam estar protegidos principalmente contra gripe, pneumococo e herpes zoster.
“Cada faixa etária tem um calendário específico com vacinas recomendadas conforme o risco de adoecimento. Há o calendário do SUS e o da Sociedade Brasileira de Imunizações, que detalha imunizantes adicionais que podem ser aplicados na rede privada”, explica Dra. Andréia.
Segurança comprovada e combate à desinformação
A pandemia de Covid-19 acelerou o desenvolvimento de novas tecnologias vacinais, como as vacinas de RNA mensageiro. Para Dra. Andréia, essas inovações representam uma revolução na área. “Hoje, estamos mais preparados para responder de forma rápida e eficaz ao surgimento de doenças, além de termos mais recursos para desenvolver vacinas modernas e seguras.”
Sobre as dúvidas em relação à segurança das vacinas, a especialista reforça: “Todas as vacinas autorizadas passam por um rigoroso processo de estudo, com várias fases de pesquisa e testes que comprovam sua segurança e eficácia. É um processo criterioso que garante o benefício do seu uso para a população”.
Para quem está com o calendário vacinal atrasado, a recomendação é procurar uma unidade básica de saúde ou clínica particular para avaliação. “É possível complementar o esquema vacinal com imunizantes disponíveis na rede privada, inclusive vacinas recomendadas, mas não oferecidas pelo SUS”, orienta a médica.
A melhor forma de se informar é por meio de fontes oficiais, como o site do Ministério da Saúde (www.gov.br/saude), da Sociedade Brasileira de Imunizações (www.sbim.org.br) e de profissionais de saúde qualificados.
O São Cristóvão Saúde disponibiliza duas unidades de vacinação particular, situadas nos Centros Ambulatoriais Américo Ventura (CAAV) II e IV. Para mais informações, entre em contato pelo telefone (11) 4305-2052.
Em tempos de desinformação, a imunização consciente é um ato de responsabilidade individual e coletiva.
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CAMILA NESTOR PAL
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