De acordo com os mais recentes dados do SEBRAE, o Brasil é o 7° pais com maior número de empreendedoras; dos 52 milhões de empreendedores existentes no país, 32 milhões são mulheres. Ainda assim, parece existir uma dificuldade nas mulheres em se assumirem ambiciosas, em formalizarem em palavras que estão ali para ganhar dinheiro, crescer. É claro que a mudança vem acontecendo, o que provam os dados, mas a consultora financeira, Catarina Bispo, que lida no dia a dia com a consultoria de diversos negócios e também de pessoas físicas, percebe claramente essa dificuldade nas mulheres.
De acordo com ela, é perceptível o medo que a mulher tem ainda de se associar ao poder e ao próprio dinheiro, talvez por parecer ambiciosa e até arrogante em um mundo predominantemente comandado por homens. Além disso, Catarina cita a jornada tripla da mulher ao empreender, o maior obstáculo apontado pela mesma pesquisa do SEBRAE. De acordo com esta, as mulheres dedicam 17% menos horas no próprio negócio que os homens.
Para a psicóloga, Karine Brock, apesar do crescimento do empreendedorismo feminino, existe o fator social, um pensamento arraigado por anos de que o homem provê e elas precisam cada vez mais vencer o medo e as crenças que as limitam para ir além, o que já vêm fazendo.
Catarina Bispo comenta que, em 2020, uma pesquisa do jornal O Globo mostrou que 80% dos negócios liderados por mulheres fecharam durante a pandemia. “É um número claro, era uma situação de pandemia, todo mundo preocupado, mas 80% dos negócios liderados por mulheres fecharam. Claro que houve o fim de muitos negócios masculinos na época, mas esse número não chegou perto do número de negócios femininos. Então, e a pandemia foi um divisor de águas para ver quem tinha uma gestão de fluxo de caixa e principalmente uma reserva”, aponta ela.
Para a profissional, quem se propõe a fazer um planejamento em curto, médio e longo prazo do seu negócio consegue passar pelas crises com menos dificuldade e, por isso, é tão importante tirar essa mentalidade da mulher e fomentar seu empreendedorismo sem medo. Outro ponto apontado pela especialista é o medo que a mulher costuma ter em precificar seus produtos ou serviços. “Durante minhas consultorias, eu procuro quebrar esse estigma de que a mulher não pode querer mais, de que a mulher não pode querer dinheiro, de que a mulher não pode ser ambiciosa e levo para outra perspectiva, de que a mulher pode ter tudo que ela quiser, inclusive dinheiro. É o dinheiro que dá acesso a uma boa saúde, uma boa educação, viagens, enfim a uma vida de maior conforto e é isso que tento incutir em suas mentes”.
Catarina comenta que visualiza o crescimento das mulheres e que elas são realmente excelentes empreendedoras. Entretanto, os homens ainda são maioria em cargos de liderança e uma boa consultoria financeira pode fazer toda a diferença nessa escalada feminina. Para concluir, a consultora afirma que ter ao lado um parceiro que apoia e incentiva o crescimento da mulher é fundamental. Entender que relacionamentos são construídos com troca e não dependência é primordial. Inclusive, muitas mulheres acabam permanecendo em situações de violência comprovadamente em inúmeros dados por não terem sua própria independência financeira.
Para a profissional, é preciso que as mulheres vençam essa dificuldade de valorizar o próprio trabalho, empreendam, se organizem e cresçam. Estudem seu financeiro e sua precificação, tomem as rédeas da sua vida e sejam sim ambiciosas. “É isso que faço durante nossos encontros e a medida que vão entendendo o processo e o dinheiro em si, vamos construindo uma mulher mais pronta para o mercado”, finaliza.
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AMANDA MARIA SILVEIRA
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