A incontinência urinária é uma condição que afeta uma parcela expressiva da população, principalmente mulheres e pessoas idosas, caracterizada pela perda involuntária de urina. Esse problema pode ter um impacto profundo na qualidade de vida, afetando o bem-estar físico, emocional e social dos indivíduos. Embora os tratamentos farmacológicos e cirúrgicos sejam opções comuns, os tratamentos não farmacológicos têm se mostrado eficazes e de baixo risco, especialmente nas fases iniciais ou em casos leves de incontinência. Esses tratamentos oferecem uma alternativa menos invasiva, sem a necessidade de medicamentos ou intervenções cirúrgicas complexas.
Essas abordagens são voltadas para fortalecer os músculos pélvicos, melhorar a função da bexiga e adotar hábitos mais saudáveis, demonstrando resultados positivos na redução dos sintomas de incontinência. Ao incorporar essas estratégias como treinamento da bexiga, exercícios de Kegel e ajustes no estilo de vida, os pacientes podem retomar o controle da função urinária, garantindo uma melhora segura e significativa na qualidade de vida.
Treinamento da Bexiga
O treinamento da bexiga é uma abordagem na qual o paciente segue horários programados para urinar, mesmo sem a sensação de necessidade imediata. Isso ajuda a aumentar a capacidade de retenção da bexiga e a controlar a urgência urinária. A técnica pode incluir períodos de “retenção”, nos quais o paciente tenta postergar a ida ao banheiro por alguns minutos, gradualmente aumentando o intervalo entre as idas ao banheiro.
Exercícios de Kegel
Outra estratégia importante são os exercícios de Kegel, que consistem no fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico. Esses exercícios ajudam a melhorar o suporte da bexiga e da uretra, sendo especialmente úteis no tratamento da incontinência de esforço. Quando realizados regularmente, podem reduzir ou até eliminar os episódios de perda involuntária de urina, melhorando a resistência muscular.
Mudanças no Estilo de Vida
Mudanças no estilo de vida também desempenham um papel importante no tratamento da incontinência urinária. Manter um peso saudável é essencial, pois o excesso de peso pode aumentar a pressão sobre a bexiga e agravar os sintomas. A moderação no consumo de bebidas irritantes, como café, álcool e refrigerantes com cafeína, também é recomendada, pois essas substâncias podem irritar a bexiga e aumentar a urgência urinária. Além disso, é fundamental equilibrar a ingestão de líquidos, evitando tanto a desidratação quanto a sobrecarga da bexiga, especialmente antes de dormir.
Terapias Psicológicas e Comportamentais
A incontinência urinária pode ter efeitos psicológicos relevantes, como a ansiedade devido ao constrangimento, o que pode piorar os sintomas. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma opção que pode ajudar os pacientes a lidarem com o impacto emocional da condição, melhorar a autoestima e adotar estratégias positivas para enfrentar o problema. O apoio psicológico também pode ser útil para tratar questões, como a depressão, que pode agravar os sintomas.
Ainda nesse âmbito, qualquer pessoa que já possua ansiedade de base (proveniente de outros motivos que não exatamente a incontinência urinária), caso não for tratada com a terapia correta e de forma adequada, também pode ter piora considerável causada por bexiga hiperativa.
Exames em dia
Outras doenças, como diabetes, desordens neurológicas, AVC e infecção de urina, podem ter como um dos sintomas incontinência urinária; sendo assim, estar com todos os exames em dia também é importante.
Além das abordagens terapêuticas, o uso de produtos adequados é fundamental para promover bem-estar e segurança durante o tratamento da incontinência urinária. Roupas íntimas descartáveis são aliadas importantes nesse processo, pois oferecem absorção rápida e eficaz, além de mitigar possíveis odores durante o uso. Esses produtos são projetados para manter a pele seca e protegida, evitando o contato prolongado com a urina, o que ajuda a prevenir irritações e infecções. Além disso, são discretos e imperceptíveis, o que permite que os pacientes realizem suas atividades diárias com maior liberdade e confiança. O uso desses produtos torna o manejo da incontinência mais confortável e seguro, proporcionando maior qualidade de vida e diminuindo o impacto emocional da condição.
Os tratamentos não farmacológicos oferecem diversos benefícios. E por não envolverem medicamentos ou procedimentos invasivos, têm baixo risco de efeitos colaterais e promovem maior autonomia, permitindo que os pacientes aprendam a gerenciar sua condição de forma independente. Esses tratamentos podem ser realizados em consultórios ou em casa, sem necessidade de internação.
Essas abordagens são, portanto, alternativas valiosas para o manejo da incontinência urinária, promovendo uma possível solução para a condição. A combinação de técnicas, como treinamento da bexiga, exercícios de Kegel, biofeedback, mudanças no estilo de vida e apoio psicológico pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes, ao mesmo tempo em que reduz a dependência de tratamentos medicamentosos ou intervenções cirúrgicas. É fundamental que os pacientes consultem profissionais de saúde para orientações personalizadas e o desenvolvimento de um plano de tratamento adequado a necessidades específicas.
*Por dra. Lilian Fiorelli – uroginecologista e sexóloga pela USP, atua com a marca Plenitud®️ desde 2020, chancelando e participando de conteúdos sobre saúde íntima, autocuidado e incontinência urinária
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Laís Martin Corrêa
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